ARACAJU/SE, 22 de outubro de 2024 , 8:26:39

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Pálio arquiepiscopal e caminhada

No último domingo, 13, exatamente quando se deu o quinto ano da canonização de Santa Dulce dos Pobres, Dom Josafá Menezes da Silva, empossado a 25 de maio deste ano como quinto Arcebispo Metropolitano de Aracaju, recebeu a aposição do pálio arquiepiscopal das mãos do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giambattista Diquattro, em missa solene realizada na Catedral Metropolitana, à qual compareceram os bispos de Estância e Propriá, Dom José Genivaldo Garcia e Dom Vítor Agnaldo Menezes, respectivamente, Dom José Palmeira Lessa, arcebispo emérito de Aracaju, dezenas de padres, diáconos, seminaristas, religiosos, religiosas, fiéis leigos e leigas, autoridades, que encheram o templo mor da Arquidiocese.

O pálio fora entregue a quarenta e dois arcebispos de várias partes do mundo, sendo cinco deles brasileiros, no dia 29 de junho, em cerimônia realizada na Basílica de São Pedro, no Vaticano, pelo Papa Francisco. Mas, a cerimônia de aposição passou a ser desvinculada do recebimento, sendo realizada, pois, a posteriori.

Trata-se de uma peça de vestimenta litúrgica que é colocada sobre os ombros dos arcebispos. A palavra deriva do latim pallium – manto de lã – e simboliza a missão pastoral dos arcebispos. Na verdade, pálio é uma faixa de cerca de 5 centímetros de largura confeccionada com lã de ovelhas criadas pelos monges trapistas da Abadia de Tre Fontane, em Roma. A confecção é feita pelas monjas beneditinas do Mosteiro de Santa Cecília.

Os pálios novos são abençoados pelo Papa, guardados numa arca de prata, junto às relíquias, no túmulo do Apóstolo São Pedro e entregues no dia 29 de junho de cada ano, solenidade de São Pedro, aos Metropolitas, nomeados desde a celebração do ano anterior. O seu significado é de que quem o leva sobre os ombros está unido por um especial aspecto de comunhão hierárquica com a Igreja Romana e com o Sumo Pontífice.

A completar cinco meses de sua posse como arcebispo de Aracaju, Dom Josafá está tomando pé da situação da Arquidiocese, que passou por momentos difíceis, dada a renúncia rumorosa de Dom João José Costa, cujo estado de saúde não lhe permitia mais estar à frente do múnus episcopal, bem como o prolongado período de sede vacante.

A Arquidiocese de Aracaju vem crescendo em número de Paróquias, no efetivo do clero e, obviamente, em situações que requerem a precisa atenção do arcebispo, desde a gestão no interior da Cúria, a recomposição dos colegiados que, canonicamente, auxiliam o arcebispo, o pastoreio, o indispensável cuidado para com o clero, mas também para com os fiéis, enfim, tudo que diz respeito à estrutura eclesial, em sua jurisdição.

O momento é de oração e ação. De união do clero junto ao arcebispo. De apoio às diretrizes que ele vier a tomar. Dom Josafá tem dito que costuma administrar de acordo com as leis da Igreja, especialmente do Código de Direito Canônico. E é assim que deve ser. A Igreja Católica tem normas para ser obedecidas por todos. Alguns não as conhecem, outros não as querem compreender. Paciência. Há normas, e estas devem ser aplicadas.

Na ação evangélica, os caminhos estão aí para ser percorridos. Dom Josafá sabe que tem uma árdua missão pela frente. Experimentado como bispo auxiliar de Salvador, bispo de Barreiras, arcebispo de Vitória da Conquista, ele precisa continuar tendo prudência, serenidade e sabedoria para pôr em prática contínua o seu lema episcopal: “PRÆDICA VERBUM: Pregar a Palavra”. E saber discernir sobre o que a Arquidiocese necessita. Experiência ele tem e deve saber a hora exata para tomar as decisões certas. A Arquidiocese já padeceu muito. É tempo de apaziguamento, de caminhada e de renovação.

Longos são os caminhos que o Senhor reserva aos seus, aos que se dispõem a segui-Lo. Que Dom Josafá encontre no seu clero, principalmente, mas também nos fiéis leigos e leigas o suporte necessário para continuar a sua caminhada entre nós e conosco. Para, enfim, pregar a Palavra, impelindo a Igreja Particular de Aracaju à observância da exortação de Jesus: “Ide!” (Mt 28,19; Mc 16,15).