Quer a medalha de ouro? Faça o dever de casa
Quem aí está acompanhando as Olimpíadas de Paris? Com 277 atletas, o Brasil está em busca de suas melhores performances, com estrelas do esporte como Gabriel Medina, Rayssa Leal e Rebeca Andrade à frente. Mas, além da caça às conquistas esportivas pelos atletas, as marcas também estão na corrida pelo ROI — retorno sobre o investimento. Em termos de patrocínios, já temos uma vitória: são 21 patrocinadores em Paris, mais que o dobro da última edição dos jogos.
No entanto “nem tudo são flores”. Logo no desfile de abertura, a Riachuelo, marca potiguar responsável pelos uniformes da delegação brasileira, enfrentou duras críticas. A composição do look brazuca incluía saia midi branca para as mulheres e calça branca para os homens, ambos usando camisetas listradas nas cores branco e amarelo, acompanhados “das polêmicas” jaquetas jeans e “das legítimas” Havaianas.
De maneira geral, o traje brasileiro foi considerado casual demais e sem acabamento à altura de uma ocasião tão grandiosa. Na web, as jaquetas, decoradas com animais da fauna brasileira, foram consideradas ‘simples demais’. Apesar dessa “simplicidade”, a peça não está “no precinho”, sendo vendida por R$ 599 no site da marca. Bem acima dos padrões sociais de consumo da maioria do povo brasileiro.
Os Jogos Olímpicos são uma vitrine global, onde nações se apresentam ao mundo e as marcas têm a oportunidade de se conectar com milhões de espectadores. Em Paris 2024, o uniforme das delegações se torna um ponto de comparação, e a escolha da Riachuelo, embora tenha uma nobre causa ao valorizar o trabalho artesanal das rendeiras do Rio Grande do Norte, não foi justificativa suficiente para impedir as críticas. Foi uma enxurrada.
E a empresa que deseja ter sucesso na sua empreitada na conquista de clientes precisa pensar em todos os aspectos possíveis e até inimagináveis. Afinal, cada detalhe conta. Seja o design ou a campanha publicitária, cada escolha pode reforçar ou redefinir a imagem de uma marca. A polêmica em torno dos uniformes da delegação brasileira nos lembra que, no branding, a percepção é tudo, e, muitas vezes, supera até mesmo as intenções mais nobres.
Embora a Riachuelo tenha se justificado, destacando a sustentabilidade e a valorização do trabalho artesanal, a percepção pública não alcançou um bom resultado.
Para você, empresário, fica a lição: sempre faça o dever de casa. A apresentação de um produto, serviço, ou até mesmo de si próprio, deve sempre superar as expectativas para verdadeiramente encantar o cliente e levar o ouro para casa.