ARACAJU/SE, 24 de dezembro de 2025 , 12:19:23

Perspectivas Econômicas para 2026

Saumíneo Nascimento

Abordarei neste ensaio, alguns pontos de cenários para a economia para o ano de 2026, a partir de coleta de informações de fontes relevantes de informação.

Uma das fontes o Mastercard Economics Institute divulgou seu Economic Outlook 2026, revelando como a aceleração das mudanças de políticas e a rápida adoção da inteligência artificial estão redefinindo o crescimento global em um cenário de crescente fragmentação.

Na esfera mundial, a instituição espera que o crescimento do PIB real desacelere levemente para 3,1% em 2026, em comparação com uma estimativa de 3,2% em 2025. No campo da inflação, a mesma instituição projeta uma desaceleração da inflação global para 3,4% em 2026, ante os 3,9% esperados para 2025.

Segundo a entidade, o consumidor global continuará atento e estratégico, priorizando gastos orientados por tecnologia e focados em custo-benefício. A expectativa é a de que os consumidores deem preferência a momentos significativos, como viagens e eventos ao vivo, ao mesmo tempo em que permanecem sensíveis a preços em muitos bens essenciais.

O relatório anual Economic Outlook destaca três grandes tendências a serem observadas em 2026: realinhamento do comércio global, adoção de inteligência artificial e expansão fiscal, e pequenas empresas se adaptando às mudanças macroeconômicas.

Um ponto destacado sobre o ano de 2025 foi de que uma onda de anúncios de tarifas remodelou o comércio global. A expectativa é de que essa reorganização continue a redefinir os fluxos comerciais, a dinâmica da inflação e os gastos do consumidor. Produtos da China continental estão impulsionando a desinflação em países que ampliaram importações do país, enquanto os Estados Unidos enfrentam pressões inflacionárias devido a alternativas de fornecimento mais caras. Tais tendências persistirão em 2026 e poderão se intensificar.

Para o Brasil, o instituto aponta desaceleração do crescimento do PIB e queda dos juros. Para a instituição, o crescimento do PIB real do Brasil deve desacelerar para 1,5% em 2026, abaixo dos 2,2% em 2025 e dos 3,4% em 2024. Diante de um ritmo de crescimento mais fraco e de uma inflação melhor do que o esperado, é possível que o Banco Central reduza as taxas de juros ao longo de 2026. A projeção é de que a taxa básica de política monetária encerre o ano em 12%.

O horizonte previsto é de um mercado de trabalho resiliente e transferências fiscais devem sustentar o consumo privado. O consumo privado real deve crescer 2,2% em 2026, superando o crescimento do PIB. O consumo tende a migrar modestamente para serviços, enquanto bens duráveis devem permanecer sensíveis às condições de financiamento.

O agronegócio continuará sendo destaque e a expectativa é de um crescimento consistente em pólos agrícolas como o Centro-Oeste e partes do Sul e Sudeste. Já os ganhos devem ser mais modestos nas regiões urbanas, com maior concentração de serviços.

A avaliação das perspectivas para o Brasil em 2026 aponta para um quadro de crescimento moderado, impulsionado pela flexibilização esperada da política monetária e pela necessidade de avanços nas reformas, mas ainda cercado por desafios fiscais e incertezas globais. Esse é o resumo do estudo Cenário Macroeconômico Global e Brasil 2026, publicado pela Fundação Dom Cabral (FDC).  De acordo com os professores Áurea Ribeiro e Gilmar Mendes, ambos da FDC e responsáveis pelo relatório, a economia brasileira deverá apresentar um crescimento superior a 2% no próximo ano, projeção que indica uma média entre as várias análises disponíveis, do FMI às instituições privadas.

Já segundo o Banco Central do Brasil, as expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valores acima da meta, situando-se em 4,4% e 4,2%, respectivamente. Para o PIB a projeção é de um crescimento de 1,80%; para o câmbio é esperada uma cotação média de R$ 5,50/dólar. Para a Selic a expectativa é de finalizar em 12,25%.

Coletando o olhar de uma instituição financeira, especificamente o Banco Itaú, o que foi apontado para o Brasil foi o seguinte: – projeção para a taxa de câmbio em R$/US$ 5,35 para 2025 e em R$/US$ 5,50 para 2026. Fatores domésticos e menor convicção quanto ao enfraquecimento adicional do dólar além dos patamares atuais limitam perspectivas de um Real muito mais apreciado.

Projeção de crescimento do PIB em 2,2% para 2025, à luz de indicadores que confirmam a desaceleração da atividade na segunda metade do ano. Para 2026, assim o PIB para 2026 ficou previsto em 1,7%, incorporando o impacto das medidas fiscais e creditícias anunciadas nos últimos meses. O balanço de riscos segue com viés de alta, diante da possibilidade de novas medidas contracíclicas. No mercado de trabalho, os dados recentes apontam resiliência com sinais incipientes de arrefecimento, em linha com a expectativa de leve aumento da taxa de desemprego, que deve encerrar 2025 em 6,2%. Para 2026, considerando a revisão altista do crescimento, a projeção de desemprego para 2026 é de 6,4%.

A projeção de inflação é de 4,5% em 2025 e 4,2% para 2026. O balanço de riscos para 2025 é simétrico, com a chance de menor pressão em alimentos compensando o possível acionamento da bandeira de energia amarela no fim do ano. Para 2026, o viés é levemente baixista, refletindo a queda dos IGPs, estoques elevados e a possível redução nos preços do petróleo. Por outro lado, o mercado de trabalho permanece como o principal fator de risco altista para a inflação, em especial de serviços.

Pelas projeções apresentadas em diferentes instituições verifica-se que teremos um ano de 2026 bastante desafiador no cenário econômico.