A Pesquisa Industrial Anual (PIA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), retrata as características estruturais dos segmentos empresariais das atividades industriais no Brasil. São informações utilizadas para análise e o planejamento econômico das empresas do setor privado e dos diferentes níveis de governo.
Abordarei dessa forma, as informações disponíveis para Sergipe, cuja base de dados é do ano de 2019.
A primeira informação a ser apresentada é que a quantidade de indústrias sergipanas representava 4,5% das indústrias do Nordeste no ano de 2010 e, este patamar caiu para 3,6% no ano de 2019, ou seja, nesta segunda década do Século XXI, tivemos perda relativa no quantitativo de indústrias na Região Nordeste, fato que também ocorreu com os Estados de Alagoas, Bahia, Paraíba e PI. A Bahia mesmo caindo de 45,0% em 2010 para 40,6% em 2019, ainda é o estado que tem a maior quantidade de indústrias na Região Nordeste. E a participação da quantidade de indústrias de Sergipe é maior que a dos estados de Alagoas, Paraíba e Piauí.
A participação no Valor da¨Transformação Industrial (VTI) das três principais atividades industriais em Sergipe são: extração de petróleo e gás natura 33,0%, fabricação de produtos alimentícios 22,4% e fabricação de produtos químicos 7,1%. O principal produto industrial de Sergipe vem ganhando destaque nacional, pois em 10 anos, a atividade industrial que mais ganhoi participação foi a extração de petróleo e gás natural, com um crescimento de 3,4%.
Para entender o cenário de Sergipe é importante registrar que entre 2010 e 2019, as indústrias extrativas ganharam importância na geração do valor de transformação industrial, ampliando a sua participação em 3,5%.
O desenvolvimento industrial de Sergipe do ponto de vista governamental tem nas ações da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia – SEDETEC , a efetivação da política governamental relativa ao desenvolvimento econômico, científico, tecnológico e de inovação. Uma das principais funções da SEDETEC é a promoção do desenvolvimento da atividade empresarial e respectivos incentivos, foram os incentivos existentes em Sergipe que permitiram ao longo dos anos que muitas indústrias fossem instadas no estado. Destacamos que compete ao Conselho de Desenvolvimento Industrial – CDI, que é um conselho vinculado à SEDETEC, entre outras atribuições: apreciar a concessão de incentivos físicos e fiscais na área industrial.
Do lado do setor produtivo privado, entende-se que a Federação das Indústrias de Sergipe (FIES), desempenha papel central no fomento da industrialização de Sergipe, do ponto de vista de missão cabe a FIES estudar, defender e coordenar os interesses das categorias econômicas representadas pelos sindicatos patronais da indústria e colaborar com o sistema confederativo a que pertence como entidade técnica e consultiva na busca do desenvolvimento da solidariedade social do intercâmbio técnico econômico e sindical.
Julgo que os sindicatos que fazem parte da Federação das Indústrias de Sergipe (FIES) é uma amostra do perfil industrial de Sergipe e a sua força e presença econômica no estado.
De acordo com o Portal da Indústria de Sergipe, Sergipe possui um PIB industrial de R$ 7,5 bilhões, equivalente a 0,6% da indústria nacional e emprega mais de 65 mil trabalhadores. A indústria sergipana representa 20% do PIB do Estado.
A concentração setorial do PIB industrial em Sergipe é forte, pois cinco setores industriais: serviços industriais de utilidade pública – 36,6%; construção – 24,7%, alimentos 10,4%, extração de petróleo e gás natural – 8,0% e químicos – 3,6%, respondem por 83,3% da indústria sergipana, cabendo destacar que serviços industriais de utilidade pública foi a atividade que mais ganhou participação na indústria do estado, com aumento de 10.6 pontos percentuais entre 2008 e 2018.
Do ponto de vista quantitativo na base de 2019 Sergipe tinha 3.134 empresas industriais de todos os portes. A maioria das empresas industriais sergipanas são microempresas, que são aquelas que possuem até 9 empregados, elas representam 71,7% das indústrias sergipanas e respondem por 11,3% do emprego industrial em Sergipe; já as empresas de denominadas de pequenas, que são aquelas que possuem de 10 a 49 empregados, representam 22,2% das indústrias sergipanas e respondem por 22,7% do emprego industrial local; as médias empresas industriais, que são as possuem de 50 a 249 empregados, representam 4,9% das empresas industriais e respondem por 25,2% dos empregos da indústria; e por fim as grandes empresas industriais sergipanas, que são aquelas que empregam de 250 pessoas em diante, respondem por apenas 1,2% das empresas industrias, mas empregam 40,8% da mão-de-obra, portanto são fundamentais para a geração de empregos no estado.
A indústria sergipana é responsável por 99,6% das exportações efetuadas pelo estado, sendo que os produtos manufaturados representam 96,1% do tal das exportações.
Do ponto de vista salarial, o trabalhador da indústria sergipana recebe em média R$ 2.231,00, algo que é 20,1% inferior à média dos salários da indústria no país, e este é um fator de atração de investimentos, a mão-de-obra industrial é mais barata, o que resulta em um custo de produção industrial menor no estado de Sergipe.
Mais um fator de atração para a implantação de indústrias em Sergipe é que a indústria do estado paga a 2ª menor tarifa de energia do Brasil, o que auxilia em um custo de produção menor, a indústria sergipana paga 15,1% a menos que a as demais industrias do país no preço da energia e, energia é um importante insumo industrial.
Diante de tais informações, cabe destacar que o setor industrial sergipano que potencial de crescimento e é um setor produtivo estratégico no desenvolvimento econômico e social de Sergipe.
