ARACAJU/SE, 2 de dezembro de 2024 , 5:57:07

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Remédio pra tudo

Dia desses eu estava ouvindo umas músicas que fizeram parte da minha rica, culturalmente falando, adolescência. Tive a sorte de, desde doze anos de idade, encontrar caminhos maravilhosos como Hojerizah, Biquíni Cavdão, Engenheiros do Havaí, Capital Inicial, Ira!, Metrô, Viper, Inocentes, Ultraje a Rigor, RPM, Detrito Federal e tantas outras bandas oitentistas que tiveram influência direta no meu modo de pensar, de agir, de sentir o mundo. Achávamo-nos “cabeça”, bons entendedores de tudo.

Em especial, lembro da Legião Urbana, com poesia “complexa”, mas amplamente sentida pela alma. Cantar Faroeste Caboclo inteirinha era um prêmio, uma satisfação sem medida.

Foi uma época maravilhosa, com o cultivo de boas amizades (mantidas até hoje) e da concretização de sonhos de menino roqueiro de ter a sua própria banda e virar rockstar. Montei a Pátria Armada (meio punk) e depois a Normas e Delitos (um som mais intelectual, promovido por guris de 14 anos).

Voltando aos dias atuais, mais precisamente, ao dia em que escutava minhas nostálgicas e satisfatórias músicas na estrada dos anos 80, parei pra refletir um pouco mais, saboreando um bom vinho, na canção “Quando o sol bater na janela do seu quarto, da Legião, especificamente, no verso que diz “A humanidade é desumana, mas ainda temos chance”.

Essa palavras entraram no meu coração de igual modo quando entraram no de João de Santo Cristo (só conhecendo o texto pra saber a comparação). De fato, vivemos um momento de desumanidade extrema. Egoísmo, desamor, morte, discórdia, ganância, guerra (parafraseando “Carta aos missionários”, da banda Uns e Outros). Renato Russo apontava que ainda temos chance.

Temos. Eu acredito, mas somente se o amor fizer parte de todas as nossas ações. Amor ao próximo, amor às leis, amor à ética, amor à vida. Porque o amor é remédio pra tudo.

Ao nos depararmos com tanto desamor, o que resta é o vazio, a lacuna, o caminho no escuro. Que cada de nós tenha uma lanterna (mesminh dos afogados dos Paralamas) para iluminar todo o caminho. Que essa lanterna seja nosso farol. Ame, ame, mãe sem medidas.

“Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra e, luz para o meu caminho” (Salmo 119:105).