ARACAJU/SE, 26 de dezembro de 2024 , 14:01:42

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Sergipe pode se transformar em um oásis de prosperidade: A hora de sonhar grande

Recentemente, foram divulgados os dados do Produto Interno Bruto (PIB) por Estado da Federação referentes a 2022, o período mais recente disponível. Trata-se de mais uma publicação do IBGE que, com poucas exceções, recebeu atenção limitada da opinião pública sergipana. No entanto, acredito que deveríamos discutir mais esse tema, facilitando sua compreensão e destacando o impacto na vida das famílias. Um dos pontos de destaque foi Sergipe figurar como o 4º maior PIB per capita do Nordeste, atrás da Bahia, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

Antes de avançar, é importante esclarecer que essas três letras, PIB, de forma bastante simplificada, medem o nível de desenvolvimento de uma região. Em geral, quanto maior o PIB, maior tende a ser a renda das famílias, o que, por sua vez, se reflete em uma vida mais longa, próspera e feliz.

Mas você sabe qual é o salário médio por pessoa em Sergipe? Em 2023, foi estimado em R$ 1.218,00 pelo IBGE. Esse é o valor médio, ou seja, muitas pessoas sobrevivem com menos. Para se ter uma ideia, o benefício médio do Bolsa Família, que atende quase 380 mil famílias no Estado, é inferior a R$ 700,00 mensais. É com esses valores que grande parte das famílias sergipanas paga alimentação, moradia, transporte, roupas e materiais escolares. Pense na dona de casa de Propriá que sustenta sua família e compra o material escolar da filha, que sonha um dia ser juíza de Direito.

A renda média de um sergipano equivale a cerca de metade da média nacional, que já é considerada baixa. Comparando, um trabalhador em Portugal ou na Espanha ganha cerca de oito vezes mais, permitindo custear educação de qualidade, saúde, moradia e alimentação. Seriam necessárias várias gerações para alcançarmos níveis semelhantes aos de países desenvolvidos. Esses dados são cruciais, pois muitos de nós vivemos em “bolhas” e esquecemos como é a realidade para a maioria. O valor que algumas pessoas gastam em um jantar em um restaurante requintado é o mesmo que muitas famílias têm para viver durante um mês inteiro.

Até 2014/2015, Sergipe possuía o maior PIB per capita do Nordeste, beneficiado, entre outros fatores, pela presença da Petrobras. Isso foi há menos de uma década. Mesmo que esse destaque não representasse uma renda satisfatória, era um diferencial. Hoje, o Estado começa a mostrar sinais de recuperação: a taxa de desemprego caiu de 9,8% em setembro de 2023 para 8,4% em setembro de 2024. Além disso, a renda média tem melhorado, ainda que sem grandes investimentos recentes da Petrobras. Isso demonstra que é possível avançar e diversificar a economia por meio de novas frentes de desenvolvimento.

Nosso baixo nível de desenvolvimento socioeconômico deve ser analisado à luz de um processo histórico que moldou não apenas Sergipe, mas todo o Brasil. Não se trata de focar no passado, mas de aprender com ele para evitar erros e construir um futuro mais promissor.

É fundamental traçar ações ousadas e concretas para o futuro. Precisamos sonhar grande, ter ambição e inspirar as pessoas. O fato de sermos o menor estado em extensão territorial e população pode, na verdade, ser uma vantagem estratégica. Como objetivo inicial, não devemos nos contentar em ser apenas a 4ª economia do Nordeste. É viável e necessário trabalhar para que Sergipe volte a liderar em renda média no Nordeste até 2030 e supere a média nacional até 2050, promovendo a redução da pobreza e o aumento da prosperidade para todos.

Os próximos meses trarão novas oportunidades. Cerca de R$ 4,5 bilhões começarão a entrar nos cofres públicos como resultado da concessão dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Esses recursos, somados a mais de R$ 6 bilhões em investimentos previstos pela empresa vencedora da concessão, representam um impulso significativo. O Governador Fábio Mitidieri já sinalizou a criação de um fundo para o desenvolvimento do Estado, com participação da sociedade e especialistas, garantindo que esses recursos sejam utilizados para resolver problemas históricos e assegurar o futuro das próximas gerações. Além disso, bilhões em investimentos públicos e privados estão previstos para diversos setores nos próximos anos, reforçados pelo planejamento estratégico do projeto Sergipe 2050.

No entanto, não podemos nos iludir: não existe “bala de prata”. O progresso demandará muito trabalho, comprometimento da sociedade e monitoramento constante da classe política. Este é o momento de agir.

Estou confiante de que Sergipe pode se transformar em um verdadeiro “oásis de prosperidade” nos próximos anos, com melhores oportunidades, renda digna e mais motivos para orgulho. Vamos transformar Sergipe?

Gostaria de continuar esse diálogo e ouvir críticas e sugestões sobre como podemos desenvolver nosso Estado. Sinta-se à vontade para me contatar pelas redes sociais: @ademarioalvesse (Instagram), @AdemarioAlves (Facebook) ou por e-mail: ademariobnb2@gmail.com.