Com informações do CFO
O Conselho Federal de Odontologia apresentou denúncia à Advocacia Geral da União (AGU) contra a pseudociência equivocadamente denominada “odontologia biológica”; que é completamente diferente das práticas integrativas da Odontologia que são autorizadas pelo Ministério da Saúde, inclusive no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), e regulamentadas pelo CFO.
A “odontologia biológica” não possui respaldo científico e seus adeptos realizam a propagação massiva de conteúdos falsos acerca de métodos e tratamentos supostamente com fins odontológicos, o que compromete a integridade da profissão e representa ameaça ao direito coletivo à saúde. No documento encaminhado à Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNUDD), o CFO solicita atuação institucional da entidade em defesa da integridade das políticas públicas sanitárias.
No ofício 00601/2025/CFO, encaminhado em 20 de junho ao Procurador Nacional, Raphael Ramos Monteiro de Souza, o Conselho Federal de Odontologia se coloca à disposição para colaborar tecnicamente com a AGU fornecendo informações, documentos, pareceres e dados que possam subsidiar a atuação do órgão. O CFO solicita que sejam adotadas medidas cabíveis para responsabilização de profissionais e empresas que façam divulgação de informações e ofereçam serviços baseados na “odontologia biológica”, para a defesa da ordem sanitária e da proteção dos direitos fundamentais da população.
O CFO destaca que, nas últimas décadas, o Brasil consolidou, com esforço institucional e técnico, uma robusta política pública de saúde bucal, referência internacional, construída com base em evidências científicas e nos princípios constitucionais da universalidade, integralidade, equidade e da proteção à saúde como direito fundamental, conforme previsto nos artigos 6º e 196 da Constituição Federal. Porém, a chamada “odontologia biológica” ameaça tais conquistas uma vez que não apenas incentiva a busca por práticas sem regulação, como também desestimula tratamentos odontológicos baseados em protocolos consagrados pela ciência.
Diante de tal cenário, o CFO, no exercício de suas atribuições institucionais, dentre as quais se destacam “zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da Odontologia e pelo prestígio e bom conceito da profissão”, bem como “pela saúde e pela dignidade do paciente”, solicita à AGU, por meio da Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia, a adoção de medidas coordenadas, com a participação dos órgãos jurídicos do Estado brasileiro,
Riscos à população I
Os conceitos defendidos pela “odontologia biológica” colocam em risco a saúde bucal da população, na medida em que sugerem tratamentos irregulares e ainda criam no imaginário da população ideias equivocadas contra a segurança de diversos protocolos odontológicos tradicionais. Entre as práticas mais graves está a extração de dentes sadios ou com indicação de tratamento endodôntico, sob a falsa alegação de que poderiam interferir na saúde integral do indivíduo.
Riscos à população II
Também se registra como grave a prática da retirada de restaurações de amálgama sem indicação clínica ou mesmo os ataques ao uso do flúor, que comprovadamente é um importante instrumento de saúde pública no combate à cárie. Além disso, diversas outras informações falsas vêm sendo disseminadas, como a relação equivocada entre: contenções ortodônticas e infertilidade, tratamentos de canal e doenças oncológicas, e entre implantes de titânio e a intoxicação por metais pesados. É preciso conter essa desinformação.
CRO-SE Itinerante em Glória
Ontem (23), o CRO Itinerante esteve no Alto Sertão, levando capacitação para as equipes de Saúde Bucal dos municípios de Glória, Canindé, Feira Nova, Gararu, Graccho Cardoso, Itabi, Monte Alegre, Poço Redondo e Porto da Folha. As Urgências Odontológicas na Atenção Primária foram abordadas pelos professores Paulo Henrique e Cecília Guerra durante toda a manhã. A ação foi acompanhada pela Comissão de Municípios do CRO-SE e pela representação do CRO-SE na Regional de Saúde Glória, além da secretaria Municipal de Saúde de Glória e da sua respectiva Coordenação de Saúde Bucal.
Campanha do Agasalho
O CRO-SE já realizou a entrega das doações de casacos e cobertores arrecadadas pelo Conselho junto à classe Odontológica na Campanha do Agasalho. As entidades escolhidas para receber as doações foram o Movimento de Cursilhos da Arquidiocese de Aracaju, e a Pastoral de Rua, parceiros do CRO-SE nessa importante corrente de solidariedade, que vai levar o calor da Odontologia sergipana a quem mais precisa. O CRO-SE agradece a todos que colaboraram.