Como todos bem sabem, a Arquidiocese de Aracaju passou por certos problemas desde algum tempo antes da renúncia de Dom João José Costa, hoje arcebispo emérito, por conta da enfermidade que lhe acometera, passando pelo período de interinidade a cargo de Dom Vítor Agnaldo de Menezes, Bispo de Propriá, como Administrador Apostólico. A espera pelo novo titular arquidiocesano causou muitas expectativas, suposições e até mesmo apreensões. Enfim, nomeado pelo Papa Francisco, Dom Josafá Menezes da Silva, vindo da Arquidiocese de Vitória da Conquista (BA), tomou posse como o quinto Arcebispo Metropolitano de Aracaju.
São passados sete meses desde a sua posse, e Dom Josafá deve estar acabando de se inteirar da situação pastoral e administrativa da Arquidiocese, para, então, em breves dias continuar tomando as medidas que lhe aprouver para sedimentar o seu episcopado entre nós. Alguns passos já foram dados, com a prudência que parece ser a sua marca registrada. Há quem diga que ele tem agido devagar, na tomada de posição sobre a nomeação de seus auxiliares mais diretos e sobre as composições dos colegiados canônicos. Mas, por outro lado, há quem creia que ele tem medido os passos a serem dados, e os tem dado no compasso do seu modo de ser e de agir: com paciência e prudência.
De toda forma, o importante é que o Arcebispo possa discernir o que deve ser feito, na ação pastoral e na ação administrativa. Não se trata da questão de “pisar em ovos”, mas, sim, de aquilatar o que deve ser cabal para o bem-estar da Arquidiocese, no seu todo, do clero e dos fiéis leigos e leigas, em suma do rebanho a ele confiado pelo Santo Padre.
Ano Novo, tempos novos. O passado ficou lá atrás. Deve ficar. Quem quiser trazer o que se foi, não estará contribuindo em nada para o avanço de que tanto precisamos na nossa Arquidiocese. Passos devem ser dados. Pelo Arcebispo e por todos nós do clero que temos o dever de manter acesa a chama dos votos que proferimos quando de nossas ordenações: obediência e castidade. Se assim não for, não estaremos a fazer valer os dois votos proferidos.
É natural que alguns tenham ansiedade para ver como irá agir o Arcebispo na montagem do seu círculo de auxiliares. Alguns entendem que, Arcebispo novo, vida nova, novos auxiliares. Há um tempo para tudo e para todos. Em toda e qualquer instituição, eclesial ou não, cada dirigente deve ter a liberdade de escolher quem possa lhe ajudar. É por isso, que, na vida pública, mesmo quando um executivo é reeleito, é de bom tom que seus auxiliares diretos (ministros ou secretários) ponham seus respectivos cargos à disposição, inclusive por escrito, para deixar que o titular tenha a liberdade de manter ou alterar, quem quiser e quando achar conveniente.
Quero crer que o Arcebispo está em vias de tomar todas as decisões que lhe compete, a fim de bem tocar o seu episcopado em Aracaju. Auscultar, consultar, analisar e discernir, tudo isso faz parte de qualquer processo de mudança. Portanto, ninguém deve ficar apreensivo com o que possa se passar na mente de Dom Josafá. O importante é que todos nós possamos, com cargo ou sem cargo, com função ou sem função, na estrutura curial, porém, sim, no lugar em que estivermos, em nossas Paróquias ou Capelanias, como párocos, vigários ou como capelães, colaborarmos para o bom andamento das atividades pastorais e das ações administrativas que venham a dar boa marcha à Arquidiocese.
Sem sobressaltos e com espírito de paciente espera, possamos confiar no discernimento do Arcebispo. Em qualquer lugar, mudanças são sempre necessárias. O mesmo se diga com relação à Arquidiocese de Aracaju. Todavia, isso compete ao Arcebispo. E somente a ele. Se for realizada alguma mudança que, mais tarde, não venha a dar certo, nova mudança será processada. É assim que funciona. Simples assim.