ARACAJU/SE, 11 de dezembro de 2025 , 7:20:15

Vai chegando o verão e os desafios para a saúde

Estamos a menos de 30 dias para a chegada do verão no Brasil e já dá para sentir o aumento da temperatura e o começo de trovoadas e chuvas típicas dessa estação e, ainda, o reflexo das mudanças climáticas com eventos meteorológicos com intensidade, duração ou frequência fora do normal.

O Estado brasileiro e a sociedade necessitam estar atentos para enfrentar calamidades típicas do período como grandes enchentes, secas e o aumento da incidência de doenças que impactam o sistema público e o complementar de saúde, de imediato e de médio a longo prazo.

Os meses de verão no Brasil apresentam desafios significativos para a saúde pública, incluindo o aumento de doenças infecciosas e a sobrecarga dos hospitais. As altas temperaturas e as chuvas intensas favorecem problemas como desidratação, insolação e agravamento de doenças crônicas, afetando principalmente idosos, crianças e pessoas com condições cardiovasculares. A exposição prolongada ao sol também eleva os casos de câncer de pele, reforçando a necessidade de campanhas preventivas.

As chuvas criam ambientes propícios para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, intensificando surtos dessas doenças no verão. Outros vetores, como mosquitos e carrapatos, ampliam a ocorrência de enfermidades como febre amarela, leishmaniose e febre maculosa, atingindo regiões antes consideradas seguras.

O aumento da poluição do ar, especialmente devido a queimadas, agrava problemas respiratórios como asma e bronquite, além de elevar o risco de infartos e acidentes vasculares cerebrais. Hospitais registram picos de atendimentos após eventos extremos, como enchentes e ondas de calor.

Eventos climáticos severos também impactam a saúde mental, com aumento de casos de ansiedade, depressão e estresse pós-traumático entre vítimas de desastres naturais. Populações desabrigadas enfrentam condições precárias que favorecem surtos de doenças infecciosas.

A infraestrutura hospitalar muitas vezes não está preparada para as condições extremas do verão, com falta de sistemas de resfriamento, água potável e energia, o que compromete o atendimento. A demanda crescente afeta também a saúde complementar, levando a um sistema em colapso.

Há uma desconexão entre políticas de clima e saúde no Brasil, dificultando respostas coordenadas. A crise climática é um problema urgente que exige integração entre políticas ambientais e de saúde, com medidas preventivas, monitoramento de vetores, investimentos em infraestrutura e fortalecimento da atenção básica.

Planejamento e decisão assertiva tanto na saúde pública como na saúde suplementar são essenciais para que não se instale o caos quando de demandas já conhecidas e esperadas.

O verão brasileiro, marcado por extremos climáticos, expõe fragilidades do sistema de saúde e amplia riscos para a população, exigindo políticas públicas integradas para mitigar seus efeitos e proteger os cidadãos.