Da redação, AJN1
Nesta segunda-feira (8), os policiais militares, por meio da Associação Unidas dos Militares de Sergipe, deram início ao movimento “Polícia Legal”, que consiste em impedir que os soldados trabalhem com equipamentos e veículos obsoletos.
A operação será mantida até que o governo do Estado adote medidas para ajustar as irregularidades apontadas pela categoria, a exemplo de viaturas com pneus carecas e os respectivos licenciamentos atrasados, coletes balísticos e munições com prazo de validade vencidos, armas e materiais de proteção arcaicos.
Um dos líderes da Associação Unidas dos Militares de Sergipe, Sargento Vieira exige que o governador Jackson Barreto olhe mais para a categoria e atenda aos pleitos.
“Chega de usar coletes podres. Se têm instituições que representam o estado de Sergipe de forma ostensiva 24h por dia em todos os cantos, são os policiais militares e bombeiros militares. Todos merecem valorização. Nos últimos anos, nosso trabalho não vem sendo reconhecido. Tudo que foi conquistado foi por meio de sacrifício. Deixar esses homens ganhar salários miseráveis e parcelados é uma humilhação. Nós temos quatro anos sem reajuste salarial. Quando a gente pensou em sentar com o governo para a negociação, de forma respeitosa, o governador viajou”, disse indignado o sargento.
“Azedar”
O sargento Vieira foi ainda enfático ao avisar que, se o governo não tomar nenhuma providência, o movimento pode se intensificar. “Toda essa insatisfação culminou com nesse movimento, que vai continuar até o governo resolver. Se o governo apertar, vai ser pior, senão o movimento vai azedar de vez. Só voltaremos às atividades com todo equipamento de segurança, porque fazemos parte da segurança pública, somos tão importantes quanto os demais e estamos sendo esquecidos e desvalorizados”, completou o sargento.
Reajuste
A categoria luta também pelo pagamento do subsidio e a progressão da carreira dos policiais e bombeiros militares. “O Projeto de Lei 252 que tramita em Brasília retira nossos direitos e, até agora, não fomos beneficiados com nosso subsídio e a progressão de carreira. Parece que o Governo esqueceu dos bombeiros e polícia militar, isso não é justo. Esgotamos a negociação, estamos há quatro anos sem correção inflacionária, já vimos que não somos valorizados por nosso trabalho, então temos que ir à luta, ir às ruas, claro com responsabilidade, lutar pela valorização e fortalecimento da categoria”, diz.
PM
A Polícia Militar de Sergipe (PM/SE) negou que as viaturas da PM e os materiais de uso dos policiais estejam vencidos. De acordo com o tenente coronel Paulo Paiva, relações pública da PM/SE, podem acontecer problemas pontuais.
“Em regra, nossas viaturas não estão com licenciamento vencido, não estão com pneus carecas e nossos coletes não são vencidos. Não posso dizer que não haja um problema pontual porque a polícia é grande, atua em todo o Estado, mas nosso papel é resolver as pendências para não comprometer a continuidade do serviço prestado à sociedade e nem colocar em risco nossos militares”, garante.