Há exatos 20 anos, em Yokohama, no Japão, a seleção brasileira conquistou sua quinta taça da Copa do Mundo da Fifa. Disputando sua terceira final seguida, o Brasil tornou-se a única seleção pentacampeã do mundo, vencendo a Alemanha por 2 a 0 com dois gols históricos do artilheiro do torneio, Ronaldo Fenômeno.
Comandada por Luiz Felipe Scolari, o Felipão, o time se classificou para o Mundial do Japão e da Coreia do Sul após uma campanha abaixo da expectativa nas eliminatórias sul-americanas, ficando apenas em terceiro lugar.
Apesar da campanha no continente não inspirar tanta confiança, os onze iniciais eram de encher os olhos. Marcos, Cafu, Lúcio, Roque Junior, Edmilson, Roberto Carlos, Gilberto Silva, Juninho Paulista, Ronaldinho, Rivaldo e Ronaldo. No banco, Denílson, Edílson e Kleberson foram essenciais na campanha rumo ao penta.
O Brasil iniciou a campanha em terras japonesas contra um adversário que iria acabar reencontrando mais tarde, a Turquia. De virada, venceu por 2 a 1. Contra China e Costa Rica, a situação foi mais tranquila: vitórias por 4 a 0 e 5 a 2, respectivamente. O suficiente para a classificação em primeiro lugar do grupo.
Nas oitavas, o Brasil tomou um susto, quando a Bélgica abriu o placar no primeiro tempo. Mas o juiz deu falta no lance e anulou o gol, marcação reclamada pelos belgas até os dias de hoje. No segundo tempo, o Brasil contou com o talento dos decisivos Rivaldo e Ronaldo que ditaram o placar de 2 a 0.
Nas quartas, foi a vez de encarar a seleção da Inglaterra, que tinha grandes esperanças na geração daquele ano. O Brasil saiu atrás no placar, mas a magia do futebol de Ronaldinho Gaúcho foi essencial para virar o jogo. Primeiro, com uma bela assistência para Rivaldo. Depois, com um gol marcante de falta, que surpreendeu a todos.
A Turquia, adversária da fase de grupos, reapareceu no caminho do Brasil, agora na semifinal. Mais uma vitória mas por um placar magro. Um tímido 1 a 0, gol marcado por Ronaldo.
O Fenômeno voltou a balançar as redes quatro dias depois, no maior palco da Copa. Na grande final, a Alemanha, liderada pelo goleiro Oliver Khan, não foi párea para o artilheiro, que marcou duas vezes e protagonizou de vez o Brasil no topo do futebol mundial ao colocar sua quinta estrela no peito.
Atacante Luizão recorda data
No banco na final, mas essencial para a conquista do penta, o atacante Luizão revelou em entrevista à CNN a emoção do título.
“A gente não tinha noção de tudo, mas tínhamos noção que entramos pra história do futebol brasileiro e mundial. Quando o Cafu levanta a taça ali todo mundo se emociona com ele até hoje.”
“Foi o máximo da carreira de todos que estavam lá. Foi uma importância muito grande poder representar o seu país, ouvir o hino ali… A maioria era de família humilde e foi muito significante para a gente. Eu saí de Rubinéia-SP, uma cidade de três mil habitantes e cheguei a ser campeão do mundo. Isso é fantástico”, conclui.
Vinte anos depois, ele conta que ainda mantém amizade com os craques do penta. “Com uns você tem mais contato, mais afinidade. Eu vejo o Junior, Vampeta, Edilson, Rivaldo, Cafu… Mas quando a gente se encontra é muito bonito e gratificante pra gente.”
CNN Brasil