A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19 Mensal, divulgada pelo IBGE nesta terça-feira (30), revela que, dos 750.973 domicílios existentes em Sergipe, 51,8% (389.120 domicílios) foram beneficiados, em maio, com algum tipo de auxílio emergencial relacionado ao coronavírus. Esses auxílios têm por objetivo fornecer proteção social no período de enfrentamento da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Em termos populacionais, 59,1% dos 2,32 milhões de habitantes em Sergipe (o que representa 1,37 milhão de pessoas) residem em domicílios onde pelo menos um morador recebeu o benefício.
No Brasil, segundo a Pnad Covid-19, em maio, foram repassados R$ 23,5 bilhões em forma de auxílios emergenciais, distribuídos principalmente para aqueles que estão nos estratos de renda mais baixos da população. Em Sergipe, os repasses teriam chegado a R$ 371,3 milhões. Cerca de 72,4% desses recursos foram destinados à metade dos domicílios com menores rendimentos per capita, isto é, domicílios em que o rendimento mensal por pessoa não ultrapassava R$ 416,93.
Os dados da Pnad Covid-19 Mensal buscam apresentar os efeitos da pandemia no mercado de trabalho e na renda da população, de modo a produzir informações necessárias à elaboração de programas de apoio específicos ou de políticas públicas em geral.
Esses primeiros resultados incluem estimativas detalhadas sobre cobertura e focalização dos programas de proteção social para o período de pandemia, dentre os quais o mais importante é o Auxílio Emergencial pago pelo Governo Federal, que é destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados. Outros auxílios emergenciais relacionados ao coronavírus também estão contemplados pelo questionário da pesquisa, e os dados divulgados pelo IBGE consideram qualquer modalidade de auxílio emergencial relacionado ao coronavírus.
Norte e Nordeste
Nos estados das regiões Norte e Nordeste, o percentual de domicílios beneficiados com o Auxílio Emergencial ultrapassou os 40%. No Amapá e no Maranhão, a proporção de beneficiados foi superior a 60%. Em São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, estados cujo rendimento domiciliar per capita são os mais elevados, a cobertura do programa não alcançou 30% dos domicílios. No Nordeste, o estado com maior percentual de pessoas que residem em domicílios em que ao menos um morador recebeu o domicílio é o Maranhão, com 67,9% e o menor é Pernambuco com 57,5%.
Cerca de 267 mil teriam ficado sem rendimento
A pesquisa mostra que, na primeira faixa de renda em um total de dez faixas, Sergipe tinha um contava 292.623 pessoas. A renda domiciliar per capita sem auxílios emergenciais nesse decil teria sido inexistente. Com os auxílios emergenciais, que chegaram a 266.565 nessa faixa de renda, a renda domiciliar per capita sobe para R$ 283,25. Ainda assim, cerca de 26 mil pessoas nessa faixa de renda residiam em domicílios que não receberam nenhum auxílio e, desse modo, permaneceram com um rendimento domiciliar per capita.
Ao todo, 91,1% das pessoas residentes em domicílios na faixa de menor renda domiciliar no estado foram atendidas pelos auxílios emergenciais relacionados ao coronavírus. Na segunda faixa de renda, Sergipe tem 160.702 pessoas que residem em domicílios com renda domiciliar per capita de até R$ 98,74. Desses, 149.209 pessoas, o equivalente a 92,8% das pessoas nessa faixa, residem em domicílios em que ao menos uma pessoa que recebeu o benefício. Para esse contingente, que passou de uma renda domiciliar per capita de R$ 52,46 para R$ 322,77, o impacto do benefício equivale a um acréscimo superior a 515%.
No estado, quase a metade da população (1.154.071 pessoas ou 49,8% da população sergipana) vive em domicílios que estão entre a 1ª e a 5ª faixa, ou seja, com rendimento domiciliar per capita entre zero e R$ 416,93. Desse total, estima-se que 955.939 pessoas vivem em domicílios em que ao menos uma pessoa recebeu o auxílio emergencial, isto é, 82,8% da população nos cinco decis de renda mais baixa.
Em média, a renda domiciliar per capita em Sergipe em maio era de R$ 754,45 sem considerar os auxílios emergenciais, sendo a segunda maior do Nordeste, ficando atrás apenas do Rio Grande do Norte, com R$ 816,11. Quando considerados os auxílios emergenciais, há um ganho médio de 21,3% (para todos os estratos de renda) no valor do rendimento domiciliar per capita, chegando a R$ 914,78 e permanecendo como a segunda maior da região.
