A importância da sustentabilidade para os consumidores brasileiros tem aumentado. É o que mostra a pesquisa Sustentabilidade & Opinião Pública, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada no início deste mês. Segundo o levantamento, 88% da população adota com frequência mais de 5 práticas sustentáveis. Entre elas: evitar jogar lixo nas ruas, evitar o desperdício de água, de comida e de energia, reduzir a produção de lixo, reaproveitar a água e adotar serviços compartilhados, como transporte por aplicativos.
De acordo com a pesquisa:
- 4% realizam todas as 13 práticas de conservação do meio ambiente listadas pelos entrevistadores;
- 19% adotam de 11 a 12 ações;
- 33% de 9 a 10;
- 23% de 7 a 8;
- 13% de 5 a 6;
- 6% de 3 a 4;
- 2% de 1 a 2;
- e apenas 1% disse que adota nenhuma das práticas.
Quando se olha para cada uma das ações de sustentabilidade, os dados dão conta de que, nos últimos seis meses, dos entrevistados:
- 92% evitaram jogar lixo nas ruas sempre ou na maioria das vezes;
- 91% evitaram o desperdício de água sempre ou na maioria das vezes;
- 90% evitaram o desperdício de comida sempre ou na maioria das vezes;
- 88% evitaram o desperdício de energia sempre ou na maioria das vezes;
- 77% reduziram a produção de lixo sempre ou na maioria das vezes;
- 72% reutilizaram a água sempre ou na maioria das vezes;
- 69% reutilizaram ou reaproveitaram sempre ou na maioria das vezes embalagens de produtos;
- 68% reduziram sempre ou na maioria das vezes o uso de embalagens;
- 62% separou o lixo para a reciclagem sempre ou na maioria das vezes;
- 49% escolheram sempre ou na maioria das vezes usar bicicleta, transporte público, carro elétrico ou híbrido porque são mais sustentáveis;
- 45% optaram por serviços compartilhados, como transportes por aplicativos, espaços de trabalho e acomodações sempre ou na maioria das vezes;
- 25% optaram pela aquisição do serviço à compra do produto sempre ou na maioria das vezes. Por exemplo: alugar um item ao invés de comprá-lo;
- 21% atuaram como voluntários en alguma ação de proteção ao meio ambiente sempre ou na maioria das vezes.
Quando se trata de reciclagem de todos os tipos de produtos, não apenas lixo, passou para 47% o percentual de brasileiros que afirma sempre separar os materiais. No ano passado, 44% adotavam a prática. Os principais itens separados são plástico em geral e garrafas PET (55%), alumínio (44%) e papel, papelão e jornal (36%).
“A preocupação dos brasileiros com hábitos mais sustentáveis vem sendo acompanhada por uma maior oferta de produtos por parte da indústria. As empresas perceberam, há anos, que a combinação entre inovação e sustentabilidade tem um papel essencial na descarbonização da produção. E que também é uma estratégia eficiente para atender a crescente demanda por bens e serviço de baixo impacto ambiental”, afirma o diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz.
Cresce interesse por produtos sustentáveis, mesmo que sejam mais caros
Ainda segundo a pesquisa:
- A tendência dos brasileiros que não consumiam produtos ambientalmente sustentáveis, independentemente do preço, diminuiu de 28% em 2022 para 24% em 2024;
- Aumentou o número de brasileiros que afirmam ser mais fácil encontrar produtos ambientalmente mais sustentáveis, passando de 26% em 2022 para 31% em 2024;
- 4 em cada 10 brasileiros consomem produtos que utilizam espécies da biodiversidade brasileira.
“Antigamente, quando se falava em competitividade, era só preço. Hoje, é preço e pegada ambiental. Por isso, essas empresas estão investindo na gestão eficiente de resíduos; em processos produtivos mais limpos, que racionalizam o uso de energia, água e matérias-primas; e em outras iniciativas verdes. A sustentabilidade já está nos planos estratégicos das indústrias e é nessa direção que o Brasil precisa caminhar rapidamente”, aponta o superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.
Metodologia: como a pesquisa foi feita?
A pesquisa ouviu 2.002 cidadãos com idade a partir de 16 anos em todas as unidades da Federação. O levantamento foi conduzido pela Nexus, da FSB Holding, entre os dias 18 e 24 de setembro de 2024. A margem de erro no total da amostra é de 2 pp, com intervalo de confiança de 95% e a soma dos percentuais pode variar de 99% a 101%, devido ao arredondamento.