ARACAJU/SE, 26 de agosto de 2025 , 13:36:45

A importância da Geriatria Territorial e dos Cuidados Paliativos na prática clínica

 

O Brasil está vivendo uma transição demográfica acelerada. Segundo o IBGE (Censo 2022), em pouco mais de duas décadas a população com 60 anos ou mais praticamente dobrou, passando de 15,2 milhões para 33 milhões de pessoas.

Em Aracaju, essa realidade é ainda mais evidente: a capital sergipana concentra o maior número de idosos de todo estado sergipano, cerca de 30,6 % da população da cidade é composta por pessoas 60+.

Diante desse cenário, a Geriatria Territorial surge como uma resposta inovadora ao desafio da transição demográfica. Inspirado em experiências internacionais, o modelo propõe integrar a prática clínica ao território e ao contexto social de cada idoso, garantindo um cuidado contínuo, humanizado e que respeite a autonomia de quem envelhece.

Diferente de um cuidado centralizado apenas no hospital ou consultório, esse modelo busca aproximar o atendimento da vida cotidiana do idoso, promovendo cuidado contínuo, personalizado e centrado na pessoa.

Por que a transição demográfica exige mudanças na saúde?

O aumento da população idosa traz consigo maior prevalência de doenças crônicas, demências, fragilidade e necessidade de suporte prolongado. A Geriatria Territorial permite planejar o cuidado de forma integrada, mapeando territórios, identificando grupos de risco, prevenindo complicações e aproximando o serviço de saúde da realidade cotidiana do paciente.

Nesse contexto, os Cuidados Paliativos assumem papel estratégico. Eles devem ser incorporados desde o diagnóstico de condições crônicas e progressivas, como demências, câncer ou doenças cardiovasculares avançadas, garantindo que o cuidado seja contínuo, personalizado e centrado no paciente.

A integração entre a Geriatria Territorial e os Cuidados Paliativos permite o planejamento antecipado de intervenções, o alívio de sintomas físicos e emocionais, o apoio às famílias e a manutenção da dignidade e qualidade de vida, mesmo diante de doenças complexas ou avançadas. Além disso, permite que esse cuidado seja pensado de forma integrada ao território, considerando a rede de saúde e o contexto social de cada paciente.

Essa abordagem não se limita ao hospital, mas se estende a atendimentos domiciliares, comunitários e ambulatoriais, fortalecendo a rede territorial de saúde e tornando o cuidado mais humanizado, eficiente e próximo da vida real do idoso.

O modelo italiano como inspiração

A experiência internacional mostra que os Cuidados Paliativos não devem se limitar ao ambiente hospitalar: eles podem, e precisam, estar presentes em atendimentos domiciliares, comunitários e ambulatoriais, fortalecendo a rede territorial e ampliando o alcance desse cuidado essencial.

A Itália, especialmente a região da Emilia-Romagna, consolidou um sistema robusto de atenção territorial, no qual os Cuidados Paliativos estão integrados desde cedo à linha de cuidado.

Em Modena, na Itália, o geriatra Andrea Fabbo diretor da Unidade de Distúrbios Cognitivos e Demências da AUSL Modena, coordena iniciativas voltadas à demência e ao envelhecimento, articulando equipes multiprofissionais, atenção domiciliar e suporte comunitário. Esse modelo tornou-se referência internacional em eficiência, humanização e sustentabilidade.

Curso em Aracaju traz experiência inédita ao Brasil

Para difundir esses conhecimentos, o IMEI Academy, primeira faculdade vocacional para pessoas 60+ no Brasil, promove nos dias 29 e 30 de agosto de 2025, em Aracaju, o curso exclusivo “Geriatria Territorial e Cuidados Paliativos: a experiência italiana”, ministrado pelo Dr. Andrea Fabbo.

Andrea Fabbo é diretor da UOC, na Itália, e chega a Aracaju para ministrar curso promovido pelo IMEI Academy.

De acordo com Suzana Funghetto, diretora do IMEI, a realização do curso tem um significado especial para Aracaju e para o Brasil.

“Aracaju é hoje a capital brasileira com a maior proporção de idosos. Essa realidade, que em breve será vivida em todo o país, exige preparo e atualização dos nossos profissionais. Trazer um especialista como o Dr. Andrea Fabbo é uma oportunidade única de acesso a protocolos aplicados com sucesso na Europa. O curso vai proporcionar um ambiente de troca entre profissionais de alto nível, uma oportunidade para ampliar o networking, discutir estratégias inovadoras e integrar experiências hospitalares, domiciliares e comunitárias no cuidado à população idosa.”, destaca.

Sobre o palestrante

Andrea Fabbo é médico geriatra, diretor da UOC de Geriatria – Distúrbios Cognitivos e Demência da AUSL de Asti (Piemonte), e foi responsável por estruturar serviços de cuidados de alta complexidade para idosos na Emilia-Romagna.

Atua como perito em demência e fragilidade junto ao Ministério da Saúde da Itália e integra a mesa técnica permanente do Plano Nacional de Demência. Professor universitário e colaborador de sociedades científicas internacionais, sua carreira é marcada pela combinação entre excelência técnica e humanização do cuidado.

Participe do Curso

Para participar do curso “Geriatria Territorial e Cuidados Paliativos: A Experiência Italiana”, que será realizado nos dias 29 e 30 de agosto de 2025, os interessados podem se inscrever e obter mais informações pelo WhatsApp (79) 99826-5200 ou através do link https://imei.edu.br/curso-andreafabbo.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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