ARACAJU/SE, 23 de outubro de 2024 , 9:20:20

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A rara oportunidade de apreciar show de Chico Buarque em Salvador

 

 Da redação, Joangelo Custódio 

Os admiradores da boa música terão a rara oportunidade de prestigiar um dos maiores [quiçá o maior] nomes da música popular brasileira, Chico Buarque de Holanda, que vai se apresentar neste fim de semana, de 28 a 30 de abril, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador, ali, bem pertinho de Sergipe. Ao modo cartesiano, exatamente 324 km de distância de Aracaju.

Salvador encerra a fase nacional da turnê “Que tal um samba?”, que tem a cantora Mônica Salmaso como convidada especial. O show estreou em João Pessoa em 2022 e já passou por 10 cidades brasileiras.

O título da turnê é também o nome da mais recente composição do cantor: “Que tal um samba?”, lançada como single em junho de 2022 pela renomada gravadora Biscoito Fino. Na letra, em tom de esperança, Chico propõe um samba “para espantar o feio, remediar o estrago, um samba pra alegrar o dia, pra zerar o jogo”. O crédito da gravação é dividido com o bandolinista Hamilton de Holanda.

Como de costume, todos os ingressos colocados à disposição para a apresentação do gênio, de 78 anos, se esgotaram em poucos dias. Os sites do artista e da bilheteria chegaram a sair do ar. O espetáculo tem tudo para ser épico. Sorte de quem conseguiu comprar.

A produção do artista não revela a quantidade de ingressos colocados à venda. Contudo, a Concha Acústica soteropolitana tem capacidade para cinco mil espectadores. E sim, a casa estará cheia nestes três dias.

E não é um exagero afirmar que será uma “rara oportunidade” de assistir ao show deste artista carioca singular. Isso porque Chico tem a mania de se apresentar pelo país e pelo mundo somente a cada dois anos, sempre com um projeto musical desenfornado. Os outros dois anos em que não está no proscênio, ele se dedica à escrita e a lançamentos de obras literárias. O último livro publicado se chama “Anos de Chumbo”.

Não à toa, o consagrado compositor, cantor, músico e escritor brasileiro foi laureado em 2018 com o Prêmio Camões, maior reconhecimento a um escritor lusófono. Esta semana, ele esteve em Portugal para receber a merecida premiação, pelo conjunto da obra.

Com intelecto inato, pouco ou nada visto nas atuais safras de músicos do país, Chico sabe tocar o coração das pessoas, seja com a sua extensa e eloquente obra literária [ (‘Roda viva’ (1967), ‘Calabar: o elogio da traição’ (1973), ‘Fazenda modelo’ (1974), ‘Gota d’água’ (1975), ‘Ópera do malandro’ (1978), ‘Chapeuzinho amarelo’ (1979), ‘A bordo do Rui Barbosa’ (1981), ‘Estorvo’ (1991), ‘Benjamim’ (1995), ‘Budapeste’ (2003), ‘Leite derramado’ (2009), ‘O irmão alemão’ (2014), ‘Essa gente’ (2019) ] ou com a sua opulenta e magistral composição musical, principalmente quando quer passar mensagem de protesto, vide ditadura militar, ou simplesmente quando fala de amor, de relacionamentos conjugais, quase sempre utilizando-se o eu feminino.

Quem não se arrepia ao ouvir “Roda Viva”, “Construção”, “Apesar de Você”, “Cálice”, “A Banda”, “Cotidiano”, “Que Será”, “Meu Caro Amigo”, “Se eu Soubesse”, “Eu te amo”, “Baioque”, “Geni e o Zepelim”, “Brejo da Cruz”, “O meu amor”, “Massarandupió”, “Olhos nos olhos”, “O velho Francisco”, “Sinhá”, “Falando de amor”, “Tanto Mar” e a queridinha de muitos: “João e Maria“. A lista é vasta e não caberia neste escrito.

Aos sortudos de bilhete em mãos, aproveitem e guardem a apresentação nas prateleiras da memória, na companhia de alguém especial. Afinal, parafraseando Jô Soares, feliz é o país que tem Francisco Buarque de Holanda como patrimônio cultural e intelectual.

 

CONFIRA O REPERTÓRIO DO SHOW

 

1) “Todos juntos” (Enriquez/Bardotti – versão de Chico Buarque)

 

2) “Mar e lua” (Chico Buarque)

 

3) “Passaredo” (Francis Hime/Chico Buarque)

 

4) “Bom tempo” (Chico Buarque)

 

5) “Beatriz” (Edu Lobo/Chico Buarque)

 

6) “Paratodos” (Chico Buarque)

 

7) “O velho Francisco” (Chico Buarque)

 

8) “Sinhá” (João Bosco/Chico Buarque)

 

9) “Sem fantasia” (Chico Buarque)

 

10) “Biscate” (Chico Buarque)

 

11) “Imagina” (Tom Jobim/Chico Buarque)

 

12) “Choro bandido” (Edu Lobo/Chico Buarque)

 

13) “Desalento” (Chico Buarque/Vinícius de Moraes)

 

14) “Sob medida” (Chico Buarque)

 

15) “Nina” (Chico Buarque)

 

16) “Blues pra Bia” (Chico Buarque)

 

17) “Samba do grande amor” (Chico Buarque)

 

18) “Injuriado” (Chico Buarque) – Com Mônica Salmaso

 

19) “Tipo um baião” (Chico Buarque)

 

20) “As minhas meninas” (Chico Buarque)

 

21) “Uma canção desnaturada” (Chico Buarque) – Com Mônica Salmaso

 

22) “Morro Dois Irmãos” (Chico Buarque)

 

23) “Futuros amantes” (Chico Buarque)

 

24) “Assentamento” (Chico Buarque)

 

25) “Bancarrota Blues” (Edu Lobo/Chico Buarque)

 

26) “Tua cantiga” (Cristóvão Bastos / Chico Buarque)

 

27) “Sabiá” (Tom Jobim/Chico Buarque)

 

28) “O meu guri” (Chico Buarque)

 

29) “As caravanas” (Chico Buarque), com citação de “Deus lhe pague” (Chico Buarque)

 

30) “Que tal um samba?” (Chico Buarque) – Com Mônica Salmaso

 

31) “Maninha” (Chico Buarque)

 

32) “Noite dos mascarados” (Chico Buarque)

 

33) “João e Maria” (Sivuca/Chico Buarque)

 

 

FICHA TÉCNICA

 

Turnê ‘Que tal um samba?’ – Chico Buarque

Artista Convidada: Mônica Salmaso

Cenário: Daniela Thomas

Iluminação: Maneco Quinderé

Figurinos: Cao Albuquerque

Arranjos, guitarra e violão: Luiz Claudio Ramos

Piano: João Rebouças

Baixo acústico e elétrico: Jorge Helder

Bateria: Jurim Moreira

Percussão: Chico Batera

Teclados e vocais: Bia Paes Leme

Sopros: Marcelo Bernardes

 

PATROCÍNIO: ICATU

 

 

 

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