Representantes da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) e do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas e da Biodiversidade Marinha do Leste (Centro Tamar) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) se encontraram nesta quinta-feira (15), para coordenar esforços em proteção às tartarugas marinhas em Sergipe, uma área prioritária para a desova dessas espécies.
Durante a reunião, foram abordadas estratégias para mitigar impactos potencialmente negativos causados pela implantação e operação de empreendimentos ao longo da costa, com ênfase especial na iluminação artificial de condomínios e outras construções na faixa de areia.
George Trindade, presidente da Adema, destacou a importância do alinhamento entre os órgãos licenciadores: “O trabalho conjunto é essencial. Nossos técnicos já consultam o ICMBio durante a análise de pedidos de licenciamento ambiental, seguindo as diretrizes do ‘Guia de Licenciamento Tartarugas Marinhas’. A colaboração com o instituto é de grande valor para nós.”
O ICMBio informou que Sergipe é uma das principais áreas de reprodução da tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea). O analista ambiental Erik Santos mencionou que, ao longo de todo o litoral sergipano, são identificados cerca de 12 a 14 mil ninhos de tartarugas anualmente, não apenas durante a temporada de desova, que vai de setembro a março, mas ao longo de todo o ano.
Como resultado da reunião, a Adema e o Centro Tamar/ICMBio realizarão um levantamento dos empreendimentos e condomínios licenciados em áreas de desova. Com base nesse levantamento, será promovida uma fiscalização para verificar o cumprimento das condicionantes de licenciamento e a adequação dos sistemas de iluminação conforme os projetos luminotécnicos aprovados.
A poluição luminosa, ou fotopoluição, é um problema significativo, pois pode desorientar as tartarugas fêmeas que buscam o litoral para desovar, bem como os filhotes que emergem dos ninhos. A luz artificial pode desviar esses animais da direção natural para o mar, resultando em predadores ou desidratação e morte precoce.
*Com informações Secom