ARACAJU/SE, 30 de junho de 2024 , 19:46:45

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Aena investe na modernização do Aeroporto Internacional de Aracaju

Por Cláudia Lemos

Quem passou pelo Aeroporto Internacional de Aracaju nos últimos meses já conhece a transformação implementada pela Aena, administradora do terminal na modalidade de concessão.Com capacidade 1.7 milhão de passageiros ano e média de 14 voos diários, o aeroporto ganhou novo projeto arquitetônico, está inteiramente climatizado, com isolamento acústico e nova área internacional. Transferida para o primeiro andar, a área de embarque foi mais que duplicada, passando de 735 m² para 2,2 mil m². Já o desembarque aumentou de 785 m² para 1,15 mil m². O terminal passou a contar com duas pontes de embarque (fingers) que, junto com as novas escadas rolantes e elevadores, proporcionam mais conforto e acessibilidade para os passageiros. No chamado “lado ar”, que engloba pistas de taxiamento, de pouso e decolagem, e pátios de estacionamento de aeronaves, também recebeu importantes investimentos que conferem maior segurança. Em entrevista ao Jornal Correio de Sergipe e ao portal de notícias AJN1, Marcelo Bento, Diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Aena, conta detalhes da reforma e revela o que ainda será implementado. Uma das novidades é que o aeroporto de Aracaju vai ganhar uma sala Vip ainda este ano.  Empresa de matriz espanhola, a Aena é considerada a maior operadora aeroportuária do mundo, em número de passageiros, pelo Conselho Internacional de Aeroportos, gerindo 78 aeroportos e dois heliportos em cinco países. A companhia também é a maior do Brasil, administrando 17 aeroportos, em nove estados brasileiros, sendo responsável por 20% da malha aérea nacional e pela gestão de Congonhas, o segundo maior em número de embarques e desembarques.

 

 Correio de Sergipe – De quanto foi o investimento realizado no Aeroporto Santa Maria, em Aracaju?

Marcelo Bento –  A Aena investiu R$ 1,9 bilhão em obras e equipamentos nos seis aeroportos do Nordeste – Aracaju, Recife, Maceió, João Pessoa, Campina Grande e Juazeiro do Norte. Em outubro e novembro, assumimos a gestão de mais onze aeroportos, os do bloco SP/MS/PA/MG, e nos tornamos responsáveis por cerca de 20% do tráfego aéreo nacional. Somados todos os investimentos, incluindo a outorga das duas concessões e outros valores, totalizamos investimentos que ultrapassam R$ 8 bilhões no país.

CS – Quem passou pelo aeroporto Santa Maria nos últimos meses já vinha acompanhando mudanças significativas, quais as maiores transformações implementadas?

MB – O terminal ganhou um andar superior, onde agora funciona o embarque, numa área de 2,2 mil m², mais que o dobro do espaço anterior. Foi também climatizado e recebeu isolamento acústico, além de dois fingers, que permitem embarques e desembarques mais seguros, ágeis e acessíveis. Outro ganho é a inauguração de uma nova área internacional. A decoração também tem recebido muitos elogios, apoiada em elementos da cultura local, como os personagens do folclore, e da paisagem da cidade.
CS – Foi destacado que a renovação do Aeroporto de Aracaju prezou pela sustentabilidade. Nesse aspecto, o que foi feito?

MB – Passamos a utilizar energia 100% renovável, de fontes verdes certificadas, e implementamos também otimização da coleta e reaproveitamento de água, dentro dos padrões internacionais de respeito ao meio ambiente, que constituem uma das assinaturas da Aena.

CS – Em termo tecnológico, para gerar agilidade e conforto, o que foi implementado no aeroporto?

MB – Implantamos aparelhos e sistemas modernos, tornando a experiência de viagem mais ágil e agradável, reduzindo as filas e os tempos de espera. São leitores eletrônicos de cartões de embarque, sistemas automatizados de bagagem, monitores do sistema informativo de voos e novos equipamentos de inspeção de volumes por raios-X. Além disso, toda a infraestrutura ganhou novas câmeras de segurança.

CS – Também foi empregado um novo conceito comercial no terminal de passageiros. Explique esse aspecto.

MB – Agora os passageiros e frequentadores do aeroporto encontram muito mais opções de compras, serviços, cafés e restaurantes, seguindo o conceito comercial adotado pela Aena em todo o mundo. A ideia é manter um mix de lojas qualificado e diversificado, preparado para oferecer serviços e produtos diferenciados aos clientes.

CS – Uma das principais reclamações dos passageiros no momento do embarque e desembarque no aeroporto de Aracaju era o embarque e desembarque com o passageiro cruzando a pé a pista do aeroporto, carregando a própria mala de mão pelas escadas, e se molhando, se estivesse chovendo. A reforma incluiu a construção de duas pontes de embarque (fingers). É o suficiente para que nenhum embarque/desembarque ocorra com os passageiros cruzando a pista a pé?
MB – O contrato de concessão firmado entre a Aena e a ANAC estabelece que 65% das operações domésticas ocorram nas pontes de embarque implantadas nessa fase da obra (Fase 1B). Procuramos utilizar os fingers no máximo de operações, buscando oferecer mais conforto aos nossos passageiros, mas alguns embarques/desembarques precisam ocorrer em posições remotas, com deslocamento de passageiros pelo pátio. É o caso das operações envolvendo aeronaves como o ATR-72, utilizado pela Azul nas frequências para Recife, que não é compatível com as pontes, ou mesmo quando há atrasos e/ou manutenções não programadas, nas aeronaves, interferindo no cronograma operacional, impossibilitando o uso das pontes.

 

CS – A Aena pretende dotar o aeroporto de Aracaju com uma sala vip?

MB – Sim.  A empresa Ambaar Salas Vip venceu a licitação e agora estamos na fase de análise de projetos para só então liberar o início das obras. A estimativa é ter a sala pronta ainda esse ano, para dispor de mais comodidade aos usuários do equipamento e atendendo a demanda de diferentes perfis de consumo.

 

CS – Quantos voos operam hoje no aeroporto Santa Maria e qual a capacidade?

MB –  Capacidade 1.7 milhão de passageiros ano e média de 14 voos diários.

 

CS – Hoje a Aena é responsável por cerca de 20% do tráfego aéreo brasileiro, com seis aeroportos no Nordeste e mais 11 do bloco SP/MS/PA/MG. Qual a importância do aeroporto Santa Maria para a Aena?

MB – A Aena tem como premissa colaborar para o desenvolvimento econômico e turístico das regiões onde atua. Num país com a extensão territorial do Brasil, aumentar o número de conexões e valorizar diferentes destinos são caminhos importantes para isso. Aracaju é uma das quatro capitais do Nordeste onde atuamos, além de duas outras cidades na região e trabalhamos junto com o trade local, as companhias aéreas e o poder público para ampliar cada vez mais possibilidades de ligação entre as cidades brasileiras, valorizando e ressaltando o que cada uma tem de melhor.

 

CS – Mesmo com as passagens aéreas caras, as pessoas estão viajando, tanto isso é verdade que o aeroporto de Aracaju tem registrado aumento no número de passageiros. Sabemos que a parte que fica com a administração dos aeroportos são as chamadas receitas aeroportuárias regulares, que vem das taxas de embarque. Um barateamento das passagens refletiria em aumento de receita também para os aeroportos. Como o senhor avalia essa questão?

MB – No Brasil, o alto preço das passagens aéreas é afetado diretamente por outros fatores, como o custo do combustível, a falta de aviões, a dolarização e a alta judicialização.  Tanto combustível quanto qualquer peça de avião, motor, compra de avião, está tudo atrelado ao dólar. Então, dependendo também de como é esta paridade do real com dólar, tem um efeito negativo ou positivo para as linhas aéreas. As companhias aéreas estimam que entre 80% e 90% das reclamações judiciais que existem no mundo estão aqui no Brasil. Essas questões precisam ser analisadas.

De nossa parte, o nosso objetivo como operadora é dotar os aeroportos da melhor infraestrutura, e oferecer o melhor serviço possível aos passageiros, para que viajar faça parte da vida de todos. Acreditamos na força do setor aeroviário brasileiro, um país de dimensões continentais que pode se beneficiar muito da ampliação e do fortalecimento do transporte aéreo. Todo incremento no tráfego melhora as receitas da Aena.

 

CS – Qual a origem da Aena e onde ela está presente, além do Brasil?

MB – Empresa de matriz espanhola, a Aena é considerada a maior operadora aeroportuária do mundo, em número de passageiros, pelo Conselho Internacional de Aeroportos, gerindo 78 aeroportos e dois heliportos em cinco países. A companhia também é a maior do Brasil, administrando 17 aeroportos, em nove estados brasileiros, sendo responsável por 20% da malha aérea nacional e pela gestão de Congonhas, o segundo maior em número de embarques e desembarques.

Em 2023, seus aeroportos movimentaram mais de 410 milhões de passageiros, sendo 283 milhões na Espanha e 41 milhões no Brasil. Desde 2020, gere os equipamentos de infraestrutura do Recife (PE), Maceió (AL), João Pessoa (PB), Aracaju (SE), Juazeiro do Norte (CE) e Campina Grande (PB). Em 2023, assumiu Congonhas (SP), Campo Grande (MS), Uberlândia (MG), Santarém (PA), Marabá (PA), Montes Claros (MG), Parauapebas (PA), Uberaba (MG), Altamira (PA), Ponta Porã (MS), Corumbá (MS). Na Espanha, a Aena opera 46 aeroportos e 2 heliportos. É acionista controlador, com 51%, do aeroporto de Londres-Luton no Reino Unido, além de participar na gestão de aeroportos no México (12) e Jamaica (2).
CS – Que mensagem o senhor pode deixar para os sergipanos?

MB – Esperamos que vocês estendam para o aeroporto o imenso orgulho que têm da sua terra. Fizemos questão de dar ao terminal uma identidade local, onde a paisagem, a cultura e as belezas do estado sejam imediatamente reconhecidas, despertando nos turistas a vontade de voltar sempre e, nos sergipanos, a vontade de viajar mais e mais.

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