A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS), deu início nesta quinta-feira (31), a mais um processo de castração de animais por meio do Aju Animal. O programa, que atende à causa animal em várias frentes na capital sergipana, ganha celeridade com a chegada de novos profissionais no processo de castração que está diretamente ligada ao controle populacional desses animais domésticos. Além disso, a parceria com a UFS resultará ainda, ao final do projeto, em pesquisas de campo nas quais será possível ter acesso aos dados que mostram a realidade na qual vivem os animais em situação de vulnerabilidade na cidade.
Até o final do ano, a perspectiva é de que 2,5 mil animais sejam castrados por meio do Aju Animal. Graças ao convênio com a UFS, a Prefeitura de Aracaju pôde adicionar três novos profissionais veterinários para dar celeridade às castrações. De acordo com o secretário do Meio Ambiente de Aracaju, Alan Lemos, essa etapa do programa visa o controle populacional das espécies e, consequentemente, de zoonoses e a garantia de que esse animais, mesmo que vivam em locais de vulnerabilidade, possam contar com saúde adequada para que não apresentem riscos para eles mesmos e também para a população.
“Com o Aju Animal, a Prefeitura deu início à castração dos animais na cidade e, até este mês de agosto, realizamos 1,2 mil procedimentos. Agora, com a entrada da UFS de forma massiva, inclusive com a contratação de três novo veterinários, vamos aumentar essa capacidade, incorporando, inclusive, a castração de caninos, que a partir de hoje acontece de forma acelerada. Nosso objetivo é castrar pelo menos 2,5 mil animais até o final do ano. Atingindo essa meta, estaremos cumprindo com um dos pilares fundamentais do programa, que é o controle populacional. Vamos continuar avançando nisso para estabilizar o crescimento e entrar fortemente com outros componentes do Aju Animal, que são o da saúde, do abrigo e destinação para a adoção desses animais, que é o objetivo final para aqueles que hoje não têm um lar permanente”, explicou.
O coordenador do programa na UFS, professor Edisio Oliveira, destaca os benefícios, principalmente a longo prazo, decorrentes da castração dos animais. Especialista no assunto, ele enfatiza como o controle populacional dessas espécies de animais domésticos é um ponto-chave para solucionar questões como o abandono de cães e gatos nas ruas, bem como o de transmissão de doenças que podem afetar esses animais e também a população humana.
“Esse projeto com a parceria da UFS possui várias nuances, ou seja, não é apenas a castração, mas também funciona como uma forma de conscientização para as pessoas, para que adotem animais que estejam em abrigos e em situação de rua. A castração objetiva ter um controle populacional e, consequentemente, menos animais abandonados nas ruas, o que traz a resolução de inúmeros problemas, como os maus tratos desses animais e a redução de transmissão de doenças. No programa, a UFS colabora com a estrutura física do Hospital Veterinário, material humano e uma pesquisa que apresentará, ao final do projeto, um cenário sobre a distribuição e situação dos animais na cidade de Aracaju, além do aprendizado dos nossos estudantes, que acompanham tudo de perto”, afirmou.
Creuza Alves Santos, do bairro Jabotiana, soube da ação de castração da Prefeitura pela madrinha de seu pet, Aparecida Souza, da ONG Fraternidade Pet, que a convidou para que ela pudesse castrar a cadela da qual é tutora, Linda, uma dócil vira-lata de pouco mais de dois anos.
“A castração gratuita de Linda vai ser muito vantajosa pra mim, porque ela não vai dar cria mais e vai manter a saúde. Eu achei ótima essa ação da Prefeitura e a gente que é tutor fica muito feliz com essa colaboração. Linda tem pouco mais de dois anos e eu tenho mais bichinhos em casa, a maioria já castrado. Agora, com essa oportunidade e como a madrinha dela me chamou, foi o momento certo para eu aproveitar. Vou colaborar também falando para as pessoas sobre o projeto e a gente tem que chamar mais gente para poder adotar e tirar esses animais da rua”, disse, consciente também da necessidade de adoção.
Maria Lúcia Feitosa, tutora de um cachorro da raça pinscher, o pequeno Zito, soube do projeto por um vizinho que conseguiu castrar três gatos por meio do Aju Animal. Moradora do bairro Dom Luciano, ela contou que fez a inscrição no programa e, por ter um outro cão já castrado, sabe bem da importância de realizar o procedimento no animal, ainda mais com a operação gratuita, uma vez que o procedimento, quando realizado em clínicas particulares, acaba tendo alto custo para pessoas que não têm condições de arcar com a castração.
“Eu achei esse projeto muito bom, e com meu outro cachorro eu acabei pagando bem caro para a castração. Agora que eu sei que é de graça, posso até adotar mais, porque tenho essa garantia da castração. Esse é um bom incentivo para adotar, porque a gente já leva o pet pra casa prontinho pra cuidar”, disse.
Integrante da ONG Fraternidade Pet, que cuida de 60 animais entre cães e gatos, além de outros animais que são custeados em lares temporário, Aparecida Souza ressaltou como o trabalho da Prefeitura de Aracaju tem sido essencial desde a implantação do Aju Animal. Para ela, os esforços do poder público municipal e das ONGs de cuidado animal são fundamentais para a saúde pública das pessoas e desses animais.
“Desde o processo de divulgação sobre o projeto, a gente criou muita perspectiva, porque nós que estamos atuando na causa animal acabamos fazendo um trabalho mais paliativo com os animais de rua. Esse projeto ajuda no controle populacional e ajuda muito as ONGs, assim podemos, juntos, unir esforços em prol dos animais e da própria sociedade, porque isso promove saúde pública, para o animal e para as pessoas. Parabenizo a Prefeitura pela iniciativa que fortalece ainda mais nós que atuamos na causa animal por meio de ONGS. Isso faz com que tenhamos ainda mais vontade de continuar com esse lindo trabalho”, disse ela.
Fonte: AAN