A prestigiada plataforma Taste Atlas, que se dedica a pesquisar e recomendar comidas tradicionais de diferentes partes do mundo, divulgou o ranking dos 50 melhores biscoitos do mundo, e o primeiro lugar ficou com um produto argentino muito popular no país. A publicação do ranking gerou discussões acaloradas nas redes sociais sobre a posição de cada doce e sobre o que exatamente pode ser considerado uma “bolacha” ou “biscoito”.
O Taste Atlas funciona como uma enciclopédia global de sabores, com um mapa interativo que posiciona os ícones culinários em seus países de origem, com o objetivo de preservar e divulgar a cultura gastronômica autêntica ao redor do mundo. Em sua postagem mais recente nas redes sociais, a plataforma divulgou o ranking dos 50 melhores biscoitos do mundo, e o vencedor foi o alfajor argentino. Em seguida, aparecem o melomakarona (Grécia), a cookie com gotas de chocolate (EUA), o stroopwafel (Holanda) e os marranitos (México).
1. Alfajor
O alfajor argentino é um dos doces mais característicos e populares da gastronomia do país. Na sua versão mais tradicional, consiste em duas bolachas macias e aeradas unidas por recheio de doce de leite e cobertas com chocolate. Existem tantas variações quanto confeiteiros no país: com recheios de frutas, mousse, coberturas de glacê, versões feitas com farinha de amido de milho, entre outras.
Sua origem remonta à influência árabe na Península Ibérica — de onde passou para a América durante a colonização —, mas na Argentina ganhou identidade própria e se transformou em um ícone cultural e gastronômico. Hoje, é consumido em todo o país, tanto em quiosques e padarias quanto por marcas artesanais e industriais, sendo também uma lembrança típica para turistas.
Embora seja um símbolo da tradição nacional, na Argentina o alfajor não é comumente classificado como “biscoito”, e sim como um produto à parte — por isso, o resultado do ranking surpreendeu muitos.
2. Melomakarona
O melomakarona é um doce tradicional da confeitaria grega, típico da época do Natal. São biscoitos macios e aromáticos, feitos com farinha, sêmola fina, azeite de oliva, suco e raspas de laranja, canela, cravo-da-índia e, às vezes, brandy ou conhaque.
Depois de assados, são imersos em uma calda de mel, o que lhes confere uma textura úmida e sabor doce bem característico. Por fim, são polvilhados com nozes picadas. O melomakarona se destaca não apenas pelo sabor, mas por refletir a tradição mediterrânea de utilizar mel, frutas secas e especiarias na confeitaria festiva.
3. Cookie com gotas de chocolate
A cookie com chips de chocolate é um dos biscoitos mais populares e reconhecidos do mundo, originária dos Estados Unidos. É feita com massa à base de farinha, manteiga, açúcar, ovos e essência de baunilha, à qual se adicionam pedaços de chocolate que derretem parcialmente durante o cozimento.
Sua criação remonta à década de 1930, quando Ruth Wakefield, dona do Toll House Inn, em Massachusetts, criou a receita acidentalmente ao adicionar pedaços de chocolate à massa esperando que eles derretessem completamente. Em vez disso, os pedaços mantiveram sua forma, dando origem a um doce novo que logo se espalhou mundialmente.
4. Stroopwafel
O stroopwafel é um doce tradicional dos Países Baixos e consiste em duas bolachas finas e redondas com padrão quadriculado, semelhantes a waffles, unidas por um recheio espesso de caramelo (stroop, em holandês).
Sua origem remonta ao século XIX, quando inicialmente era feito com restos de massa e migalhas adoçadas com xarope. Com o tempo, a receita foi aperfeiçoada e o stroopwafel se tornou um ícone da confeitaria holandesa. Tradicionalmente, é consumido apoiado sobre uma xícara de café ou chá quente, para que o vapor aqueça o caramelo e o deixe mais macio. Atualmente, existem versões artesanais e industriais à venda no mundo todo.
5. Marranitos
O marranito (também chamado de “puerquito” ou “cochinito”) é um pão doce tradicional da confeitaria mexicana, facilmente reconhecido por seu formato de porquinho. Ele pertence à categoria de pães com anis ou piloncillo (um tipo de açúcar mascavo sólido), ingrediente que lhe dá um sabor caramelizado com toque de especiarias.
É um pão com grande carga simbólica e nostálgica, presente em padarias e mercados por todo o México. Costuma ser consumido com café, atole ou chocolate quente, e é parte importante da tradição da panificação popular mexicana, que combina influências europeias com ingredientes locais.
O debate nas redes
Após a divulgação do ranking, usuários das redes sociais discutiram a colocação de cada produto. Como era de se esperar, os argentinos comemoraram efusivamente o primeiro lugar do alfajor, celebrando o feito como se fosse uma nova conquista da Copa do Mundo.
Fonte: O Globo