27/05/2015
18h10
Por Joangelo Custódio
As negociações entre Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Sergipe (Sintese) e Governo do Estado não avançam e os professores, que estão acampados desde as primeiras horas desta quarta-feira, 27, em frente ao Palácio do Governo, anunciaram que vão passar a noite em vigília, visando sensibilizar o governo para agendar uma reunião com representantes da categoria.
A vice-presidente do Sintese, Ivonete Cruz, disse que providenciou colchões e comida para os professores que vão passar a noite em claro, sendo que 28 deles permanecerão algemados, como forma de intensificar o protesto. “O governo não comprovou inexistência de recursos. Não podemos voltar às salas de aula sem antes o governo anunciar uma data de pagamento do piso. Por isso, vamos passar a noite em frente ao Palácio. Convidamos os professores para estarem conosco".
Uma comissão do Sintese chegou a ser recebida pelo vice-governador, Belivaldo Chagas, mas não chegaram a um consenso. "Os professores estão buscanado a sensibilidade do governo, para uma causa tão importante que é a educação. A nossa expectativa é que o governo apresente uma proposta para a pauta de reivindiucação".
Para o secretário de Estado da Comunicação, José Sales Neto, a ação dos professores foi descabida. "Nós estamos num momento em que os nossos alunos se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio e estamos com o Indeb mais baixo do Brasil. Nesse momento, temos que discutir a qualidade do ensino".
Ele disse que ainda que, no final deste mês, sairá um balanço com o resultado do primeiro quadrimestre. "Em cima desse resultado, o governo vai se debruçar com seus técnicos e avaliar os reajustes. O governo não irá tratar as categorias isoladamente".
Assembleia
Nesta quinta-feira, 28, a partir das 9h, no estande montado em frente ao Palácio, haverá uma assembleia ao ar livre para discutir os rumos do movimento. “Esperamos que o governo pare de ameaçar os professores para que a gente retorne às aulas”, informou Ivonete Cruz.
Entenda o caso
Os professores da rede pública estadual estão em greve há 10 dias. A classe reivindica do governo o reajuste do piso em 13,01% para todos os níveis, além de melhorias em escolas, na merenda escolar e segurança nas unidades de ensino.
O governo já afirmou veementemente que não tem dinheiro em caixa e que não pode conceder o reajuste neste momento, alegando crise financeira e défict previdenciário. Para forçar a volta dos professores à sala de aula, o governo acionou a Justiça, pedindo a ilegalidade da greve. O pedido foi aceito pelo desembargador José dos Anjos, que decretou a greve irregular e multa diária de R$10 mil em caso de desobediência.
A ilegalidade sentenciada pela Justiça não intimou os professores, que continuam em greve. Por sua vez, o governo anunciou que vai cortar o ponto dos professores e descontar os dias faltosos na folha de pagamento.
Foto: Lindivaldo Ribeiro/CS
Matéria atualizada às 21h para acréscimo de informação.