Artigo – Por Antonio Setin*
Apesar dos bons resultados obtidos no primeiro semestre deste ano, a alta do preço dos insumos de construção civil tem ligado o sinal de alerta e pode frear construções e, consequentemente, lançamentos de empreendimentos. Desde o início da pandemia, o aumento no custo do aço, alumínio, cimento e madeira obrigou incorporadoras e construtoras a reajustarem os preços ao consumidor. Todo o setor se viu, então, diante do desafio de cumprir os cronogramas de entrega das obras.
Segundo a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), 57,1% das companhias do setor apontaram a falta ou o alto custo dos insumos como um problema no primeiro trimestre deste ano. Essa preocupação tem crescido a tal ponto que a elevação no preço dos materiais deve continuar impactando diretamente o setor no segundo semestre.
Não é segredo que o mercado espera uma alta na Selic, impactando, assim, o financiamento de imóveis. O Banco Central projeta que a taxa chegue a 7% até o final de 2021, obrigando o mercado imobiliário, que estava pegando altitude, a puxar um pouco o freio de mão. Contudo, vale lembrar que em governos anteriores o setor surfou uma forte onda de alta nas vendas nos tempos em que a taxa foi artificialmente reduzida para esse mesmo patamar.
Costumo dizer que, no setor imobiliário, as mudanças são constantes e abruptas. Apesar de alguns obstáculos no caminho, o mercado segue aquecido porque ainda há uma crescente demanda por habitação no país. Claro que as expectativas positivas dependem da melhora da economia para que se confirmem. Como sou um eterno otimista, acredito que o mercado continue a ser a bola da vez entre os investimentos.
*Antonio Setin é fundador e presidente da Setin Incorporadora