Da redação, Joângelo Custódio
Sem ter muito a quem recorrer diante de uma ação de despejo, os moradores do Loteamento Nova Liberdade III, situado às margens da BR-235, na saída de Aracaju, realizaram uma passeata pacífica pelas ruas da capital, em direção ao Palácio do Governo do Estado.
Lá, utilizando-se de lençóis velhos, rabiscados com frases que conclamavam o amor, a felicidade e a ajuda, mesmo escritas num Português precário, conseguiram chamar a atenção da população e cobrar a intervenção do vice-governador, Belivaldo Chagas, para tentar barrar o despejo que vence no próximo dia 17 de fevereiro, movido por uma empresa que se diz dona do terreno.
Cerca de 350 famílias ocupam o local desde 2012. De acordo Manoel José dos Santos, representante das famílias, a Justiça ainda não notificou os moradores oficialmente, mas emissários da empresa já se prontificaram a informar a existência da reintegração de posse.
Manoel, em sua versão à imprensa, conta que o terreno é do governo do Estado, mas a empresa alega ter comprado o espaço que pertencia ao antigo frigorífico em 1992 e agora quer tomar posse da área.
“São 230 casas de alvenaria construídas e mais outras de palafita. Queremos que o Governo nos ajude e que a gente não saia de lá porque não temos para aonde ir”, explica ele.
Na mesa com o Governo
Logo no final da manhã as famílias foram recebidas pelo vice-governador Belivaldo Chagas, o qual confirmou que parte do terreno pertence ao Estado e outra parte é privada.
Chagas garantiu que não haverá a derrubada de casas no local, já que o trecho do governo é da Cohidro e que já entrou em contato com a empresa dona da outra parte do terreno para negociar. No próximo dia 18 haverá outra reunião visando sanar o problema.