Da redação, AJN1
O governador de Sergipe, Belivaldo Chagas, se reuniu na tarde desta segunda-feira (15), de forma extraordinária, com o Comitê Técnico-Científico e de Atividades Especiais para anunciar novas medidas restritivas de combate à proliferação da covid-19, que está colapsando todo o sistema hospitalar do Estado.
Entre as novas medidas, o toque de recolher, sugerido pelos Ministérios Públicos, será implantado já a partir desta quarta-feira (17), das 20h às 5h. Também ficou decidido que o ponto facultativo alusivo ao Dia 17 de Março, aniversário de Aracaju, está suspenso; o acesso às praias nos sábados e domingos está proibido; e o expediente nas repartições públicas será remoto, ou seja, de casa, via internet. Todas essas medidas vão até o dia 22 de março, quando será realizada mais uma reunião para avaliar o cenário pandêmico.
Após a reunião, o governador concedeu entrevista coletiva e ressaltou a importância de implantar as novas restrições. Ele também revelou que o Governo, em parceria com a Prefeitura de Aracaju, abriu 28 leitos de enfermaria no hospital João Alves, no setor conhecido pela população como “corredor da catástrofe”, e que a unidade de saúde, a maior do Estado, não tem mais espaço físico para instalação de novos leitos, asseverando estrangulamento no sistema único de saúde.
“Temos pacientes que estão conseguindo vagas de UTI porque outras pessoas estão morrendo. Será que não dá para compreender isso? Não temos como abrir leitos de UTI na velocidade a qual estamos recebendo pacientes. Ontem (dia 14) mesmo, disponibilizamos 28 leitos de enfermaria dentro do Hospital João Alves, cedidos numa parceria com o município de Aracaju, no sentido de disponibilizar espaço físico. Nessa parceria, desde o insumo aos equipamentos. Não há mais condição de espaços para criar leitos dentro do João Alves. Só vamos começar a ocupar o ‘corredor da catástrofe’ porque não temos espaço físico para colocar as pessoas”, disse o governador, em tom pessimista.
Não descartou Lockdown
Belivaldo foi ainda taxativo ao afirmar que, se essas medidas não surtirem efeito, existe a possibilidade real de decretar lockdown em todo o estado. “A partir de agora, as medidas serão tomadas de acordo com o comportamento da sociedade. Se todos colaborarem, vai haver diminuição na pressão hospitalar, senão, será lockdown na sequência. Ou se amplia o toque de recolher ou se aplica o lockdown. Para tanto, basta que a sociedade colabore, principalmente os homens jovens”, sublinhou ele, referindo-se às festas e eventos clandestinos flagrados nos últimos dias com decretos restritivos em vigor.
Texto atualizado às 18h para inserção da fala do governador.
