Arábia Saudita, Jordânia, Malásia e Palestina também reabriram seus mercados para a exportação de carne bovina do Brasil, segundo informações do Itamaraty.
A retirada dos embargos desses países, no entanto, ocorreu em meados de março, antes da decisão tomada pela China nessa quinta-feira (dia 23) de retomar as compras dos frigoríficos brasileiros.
A exemplo dos chineses, outros 10 países aplicaram embargos por conta do caso do “mal da vaca louca” registrado no Pará em fevereiro. Alguns, porém, retiraram as barreiras logo após os exames confirmarem que o episódio era atípico, quando ocorre de forma espontânea em animais mais velhos e não tem potencial de afetar a sanidade do rebanho do país. Seis ainda mantêm barreiras.
Na prática, a China também poderia ter retirado o embargo desde 2 de março, quando a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconheceu o caso como atípico e manteve o status do Brasil como país com risco insignificante para a doença. Os chineses, contudo, preferiram anunciar a reabertura durante a viagem do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e uma delegação de empresários brasileiros do setor a Pequim.
As exportações foram suspensas em 23 de fevereiro devido ao autoembargo aplicado pelo Brasil após detectar a doença em um animal de nove anos de idade em uma fazenda em Marabá (PA). A suspensão atende ao protocolo sanitário assinado em 2015 entre os dois países, pela ex-presidente Dilma Rousseff.
Kátia Abreu era ministra da Agricultura na época da assinatura do protocolo. Em entrevista ao jornal “O Globo” nesta sexta-feira (24), Fávaro defendeu a colega e os termos acordados naquela ocasião para a consolidação desse mercado, já que não havia diferenciação entre os casos clássicos e atípicos do mal da vaca louca até aquele momento.
O ministro reconheceu a necessidade de discutir mudanças no documento. Segundo ele, os chineses estão dispostos a isso. “Agora é um grande momento para a revisão do protocolo, que está sendo discutido. Com o fim do embargo e com a carta surpreendente que recebemos dos chineses elogiando o sistema de defesa brasileiro, isso nos habilita a discutir uma forma que não cause tanto prejuízo, se acontecer algum caso de vaca louca atípico”, disse na entrevista ao Globo.
A Administração-Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) também retirou as suspensões aplicadas a dois frigoríficos, um desde abril de 2021 e outro desde agosto de 2022, e habilitou quatro novas plantas para exportar para lá.
De acordo com uma nota do Itamaraty, seis países ainda mantêm bloqueios ou restrições às exportações da carne bovina nacional: Bahrein, Cazaquistão, Catar, Irã, Rússia e Tailândia.
Valor Econômico