A capital sergipana registrou, no mês de setembro deste ano, a menor taxa de inflação em comparação a outras 16 capitais brasileiras avaliadas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com um percentual de 0,07%, a inflação em Aracaju foi considerada como estável. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e analisados pela subsecretaria de Estudos e Pesquisas (Observatório de Sergipe), vinculada à Secretaria Especial de Planejamento, Orçamento e Inovação do Governo do Estado.
O resultado ficou acima do apresentado em agosto (-0,33%), em decorrência do aumento nos preços da energia elétrica residencial (6,04%). No acumulado do ano, a inflação pontuou 3,76%; já nos últimos 12 meses, acumulou 3,75%. Em setembro do ano anterior, a variação foi de 0,08%.
De acordo com a gerente de Estudos Socioeconômicos da subsecretaria de Estudos e Pesquisas (Observatório de Sergipe), Michele Dória, esse percentual pode estar associado às quedas nos preços dos alimentos. “A menor inflação em Aracaju pode ser atribuída à queda nos preços de itens do grupo Alimentação, como cebola, tomate, batata-inglesa e cenoura. Esses produtos, por terem um peso significativo no orçamento familiar, contribuíram para a estabilidade da inflação na capital”, explicou.
Depois de Aracaju, Recife e Belém foram as capitais que registraram as menores taxas analisadas, com 0,17% e 0,18%, respectivamente. As maiores altas foram pontuadas em Goiânia (1,08%), Curitiba (0,77%) e Rio Branco (0,75%). No país, o IPCA foi de 0,44%, enquanto a taxa registrada em agosto foi de -0,02%. O acumulado do ano fechou em 3,31%; e em 12 meses, 4,42%.
Inflação por grupos
Dos nove grupos pesquisados, cinco apresentaram inflação em setembro. O grupo Habitação registrou a maior alta, com 1,82%, impulsionado, sobretudo, pelo aumento nos preços da energia elétrica residencial (6,04%), do detergente (3,06%) e do gás de botijão (2,66%).
A segunda maior variação foi observada em Vestuário (0,95%), principalmente devido ao encarecimento dos itens de roupa masculina (1,66%), roupa feminina (0,76%) e joias e bijuterias (0,73%). Saúde e cuidados pessoais ocupou a terceira maior elevação (0,24%), justificada pelo acréscimo nos preços dos serviços de hospitalização e cirurgia (4,31%), dos artigos de maquiagem (2,56%) e dos perfumes (2,51%).
Em contraste, os grupos Alimentação e bebidas (-1,04%), Artigos de residência (-0,68%), Despesas pessoais (-0,02%) e Transportes (-0,01%) registraram deflação. Com relação aos itens que mais provocaram a inflação, destacaram-se energia elétrica residencial (0,19 p.p.), perfume (0,05 p.p.), gás de botijão (0,04 p.p.), conserto de automóvel (0,03 p.p.), plano de saúde (0,03 p.p.) e passagem aérea (0,03 p.p.).
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)
Em se tratando do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que tem por objetivo a correção do poder de compra dos salários, Aracaju registrou variação de 0,08% no mês de setembro, resultado acima do -0,40% pontuado em agosto. No país o índice ficou em 0,48%, enquanto em agosto havia registrado -0,14%.
Esse índice de preços tem como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e internet. O objetivo é garantir uma cobertura populacional de 50% das famílias cuja pessoa de referência é assalariada e pertencente às áreas urbanas de cobertura do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC).