Da redação, AJN1
Os aracajuanos começaram o mês de novembro sem recolhimento de lixo e sem atendimento nas unidades de saúde do município. A situação é provocada por conta de dívidas da Prefeitura Municipal de Aracaju com as empresas Cavo – responsável pela limpeza urbana – e Multserv – terceirizada que atua nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e de Pronto Atendimento (UPAs) na limpeza e apoio administrativo. Em nota encaminhada à imprensa, a PMA reconhece os débitos e diz que apesar da crise financeira vem buscando alternativas para resolver a questão.
A Multserv alega que os pagamentos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estão em atraso há mais de 290 dias e supera o montante de R$ 8,4 milhão. A empresa informou que há vários meses vinha alertando aos gestores de Aracaju sobre a possibilidade da suspensão dos serviços e no dia 27 de outubro notificou o município sobre a retirada dos cerca de 450 funcionários que trabalham nas áreas de limpeza e apoio administrativo nas unidades de saúde.
No caso do fechamento das UBS e UPAs de Aracaju, a situação provoca uma sobrecarga no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), que apesar da instalação de uma Tenda de Campanha, no estacionamento, tem encontrado dificuldade para prestar atendimento a pacientes da capital e de outros municípios, onde os serviços de saúde também estão paralisados.
A secretária de Estado da Saúde, Conceição Mendonça, disse que é difícil administrar uma crise que não é do estado. “Não temos como assumir toda saúde pública de Aracaju e de outros municípios. Precisamos montar estratégias para vencer o caos que não foi provocado pelo estado”, destacou. Ela explicou que nesta segunda-feira (31) chegou a manter contato com o promotor de justiça Nilzir Soares sobre a desmobilização da Tenda de Campanha, mas diante do fechamento das UPAs e UBS isso se tornou inviável.
“O usuário não pode pagar pela falta de capacidade de gestão dos municípios, gestor tem que ter compromisso e ética”, ressaltou a secretária, acrescentando que ontem, ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) precisaram transferir pacientes com perfil de UPA para hospitais de Propriá e Nossa Senhora da glória. Conceição disse esperar que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) se reúna e busque estratégias para solucionar o problema. “Isso é o que se vence a crise”, concluiu.
Coleta de lixo
Nas ruas da capital o lixo já começa a se acumular gerando preocupação da população. “É sempre assim. No fim da gestão de Edvaldo Nogueira aconteceu a mesma coisa. Agora se repete com essa administração. É uma vergonha. O pior é que a história vai se repetir sempre e ninguém é punido, a não ser o povo”, disse o comerciante Francisco da Silva, que é morador do bairro Coroa do Meio.
A Cavo cobra da PMA uma dívida superior a R$ 19 milhões. Em nota enviada à imprensa, a empresa disse que em setembro a Prefeitura negociou a dívida, mas não cumpriu o cronograma de pagamento, o que provocou a suspensão da coleta de lixo.
Nota
A Prefeitura Municipal de Aracaju reconhece que a administração municipal possui débito com as empresas Cavo e Multiserv. Apesar da situação de crise em que se encontra a Prefeitura e todo o país, todos os esforços estão sendo empregados pela equipe financeira do município para que as dívidas sejam sanadas com a maior brevidade possível.