ARACAJU/SE, 17 de outubro de 2024 , 20:48:58

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As piores cidades para viver no Brasil, segundo índice IPS

 

O Brasil, com sua vasta extensão territorial, abriga uma diversidade de realidades sociais e a qualidade de vida varia de uma região para outra. O Índice de Progresso Social (IPS), desenvolvido pela organização Social Progress Imperative (SPI), é uma métrica que mede o bem-estar das populações com base em resultados sociais e ambientais, ao invés de focar em indicadores econômicos tradicionais.

Assim, o IPS Brasil 2024, calculado pela associação de mesmo nome, avalia a qualidade de vida dos brasileiros sob diversas perspectivas, permitindo a comparação entre municípios, estados e regiões. As condições e meios para a população prosperar também são analisadas, e os indicadores são levados em consideração nos cálculos.

As notas variam de 0 a 100, e quanto maior a média, melhores são as condições apresentadas. Conheça o ranking das vinte cidades que se destacam como as piores cidades para se viver no Brasil deste ano:

As 20 piores cidades do Brasil em 2024, segundo o IPS

  1. Uiramutã, RR – 37,63
  2. Alto Alegre, RR – 38,38
  3. Trairão, PA – 38,69
  4. Bannach, PA – 38,89
  5. Jacareacanga, PA – 38,92
  6. Cumaru do Norte, PA – 40,64
  7. Pacajá, PA – 40,70
  8. Uruará, PA – 41,26
  9. Portel, PA – 42,23
  10. Bonfim, RR – 42,27
  11. Anapu, PA – 42,30
  12. Oiapoque, AP – 42,46
  13. Pauini, AM – 42,63
  14. Nova Nazaré, MT – 42,78
  15. São Félix de Balsas, MA – 43,05
  16. Feijó, AC – 43,11
  17. Amajari, RR – 43,38
  18. Pracuúba, AP – 43,50
  19. Gaúcha do Norte, MT – 43,53
  20. Santa Rosa do Purus, AC – 43,78

O que é o Índice de Progresso Social (IPS)?

Criado pelo professor Michael Porter, da Harvard Business School, o IPS surgiu há dez anos para avaliar o progresso a partir de dados sociais e ambientais, excluindo critérios econômicos. A metodologia foca nos resultados gerados, não no investimento realizado, o que ajuda na elaboração de políticas públicas.

Para a realização da edição 2024, 53 indicadores nacionais foram utilizados. Entre eles estão dados de fontes oficiais e de institutos de pesquisa, como DataSus, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Neste ano, o Brasil ficou na 67ª posição no ranking global do IPS, uma queda significativa em relação à 46ª posição do início do acompanhamento, em 2014. Esse retrocesso reflete o aumento das desigualdades sociais e econômicas gerais. As capitais, por outro lado, tendem a obter melhores pontuações.

Critérios de avaliação do IPS

O IPS avalia os municípios por três grandes grupos:

  • Necessidades Humanas Básicas: Inclui nutrição, saúde, moradia e segurança.
  • Fundamentos do Bem-Estar: Como acesso ao conhecimento, comunicação e saúde ambiental.
  • Oportunidades: Foca em direitos individuais, inclusão social e educação superior.

Dentre esses grupos, o critério “Necessidades Humanas Básicas” teve a melhor pontuação média (73,58), enquanto “Oportunidades” apresentou o pior resultado geral (44,83). Os componentes mais críticos foram Direitos Individuais (35,96), Acesso à Educação Superior (43,88) e Inclusão Social (48,42).

Por outro lado, áreas como Nutrição e Cuidados Médicos Básicos (70,51), Acesso ao Conhecimento Básico (71,82) e Água e Saneamento (77,79) tiveram índices mais elevados.

Impactos no progresso social

O desempenho do Brasil no IPS é uma métrica importante para o país atingir as metas do Acordo de Paris e da Agenda 2030 da ONU. Como detentor de uma das maiores biodiversidades do planeta e da Floresta Amazônica, o Brasil desempenha um papel fundamental no equilíbrio climático global. No entanto, o desmatamento e a crescente desigualdade ameaçam o progresso socioambiental do país.

Ainda assim, o IPS avalia o Brasil como uma referência em áreas sociais, como o Sistema Único de Saúde (SUS) e os programas de transferência de renda, que auxiliam milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade social.

A novidade é que o IPS será atualizado anualmente, o que permitirá acompanhar a evolução das métricas socioambientais no Brasil. Em 2024, o país atingiu uma média de 61,83 no IPS, com uma posição global de 67º entre 170 países.

Fonte: Valor

 

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