Na próxima sexta-feira (7), às 9h, será realizada na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), em Aracaju, uma audiência pública para debater a situação do Rio São Francisco. O encontro reunirá pescadores, pescadoras, quilombolas e comunidades ribeirinhas com o objetivo de discutir os impactos da gestão da vazão pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e as consequências enfrentadas pelas populações que dependem do rio para sobreviver. A iniciativa é uma proposta da deputada estadual Linda Brasil (Psol), em parceria com o Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras da Bahia e Sergipe (CPP) e o Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP).
A audiência pública visa denunciar os impactos da constante vazão desordenada da Chesf no rio São Francisco, que afeta milhares de famílias ribeirinhas, pescadores, quilombolas e pequenos comerciantes. As variações na vazão do rio têm provocado graves consequências ambientais e sociais, incluindo o desaparecimento de espécies nativas de peixes, comprometendo a pesca artesanal e a segurança alimentar. Além disso, a desregulação do fluxo do rio gera bancos de areia e intensifica a seca, afetando o equilíbrio ecológico e o acesso à água de qualidade. Essas mudanças também resultam em prejuízos socioeconômicos para essas comunidades, que enfrentam perdas e incertezas diante da imprevisibilidade da vazão.
Nos últimos anos, a instabilidade na vazão da Usina Hidrelétrica de Xingó tem sido alvo de denúncias e mediações. Em 2024, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) precisou intervir para mediar conflitos entre comunidades e a empresa. O Ministério Público Federal (MPF) também recomendou à Chesf que informasse previamente a população sobre as alterações repentinas de vazão. Mesmo diante dessas recomendações, a Chesf mantém uma postura de pouca transparência e desconsideração com as comunidades afetadas.
Além disso, estudos apontam que o volume de água do Rio São Francisco foi reduzido em mais da metade nos últimos anos, agravado pelas mudanças climáticas e pela má gestão dos recursos hídricos. O cenário afeta diretamente o modo de vida de quem vive da pesca, planta e sobrevive da força e da generosidade do Velho Chico.
A audiência pública é aberta e será um espaço de escuta, denúncia e articulação política em defesa das águas e dos povos do Rio São Francisco.
Fonte: Assessoria de Imprensa




