Em assembleia realizada ontem, os auditores de tributos de Sergipe decidiram, por unanimidade, realizar paralisações semanais, de 24h. A primeira paralisação está marcada para o próximo dia 15. Segundo o presidente do Sindicato do Fisco de Sergipe (Sindifisco), Paulo Pedroza, o governo estadual vem desrespeitosamente fazendo ouvido de mercador quanto às demandas específicas do Fisco e do conjunto dos servidores.
"Temos uma pauta antiga, específica, da nossa categoria como a questão do subsídio, plano de carreira e as condições de trabalho nos escritórios e postos fiscais da Secretaria Estadual a Fazenda (Sefaz). Mas, até agora, os gestores públicos se mantêm insensíveis. E mais recentemente, o governo reedita a política insensata de atrasar salários dos servidores, com forma de tentar calar os sindicatos. Decidimos que não ficaremos inertes”, afirma.
A assembleia do Fisco também aprovou o indicativo de greve geral dos servidores estaduais, por tempo indeterminado. A proposta será levada à 13ª reunião das entidades e sindicatos que compõem o Movimento Unificado dos Trabalhadores dos Serviços Públicos Estaduais. O encontro dos sindicatos vai acontecer nesta sexta-feira, 9, na sede da CUT. A greve será defendida como forma de pressionar o governo estadual a pagar integralmente a folha e apresentar contraproposta à pauta de reivindicações das categorias.
Este ano, há três meses, o governo reabriu as negociações com os dirigentes do movimento unificado, mas não apresentou contrapropostas à pauta dos sindicatos: implementação imediata de todas as leis aprovadas (entre abril e maio de 2014), que estão condicionadas à saída do limite prudencial, a exemplo dos PCCVs; implementação de subsídios; reposição inflacionária, piso dos professores; transparência nas contas públicas e o pagamento integral dos salários dos servidores.
“O governo estadual só apresentará contraproposta se as categorias de fato pararem, coletivamente. Na nossa assembleia, a categoria demostra consciência e a máxima repetida foi a de que não há vitória sem mobilização e luta”, afirmou Paulo Pedroza.
Quanto ao item da transparência nas finanças pública, o diretor do Sindifisco, Abílio Castanheira destacou que o governo também não convocou o Grupo de Trabalho. “O governo se comprometeu em responder detalhadamente os questionamentos dos representantes sindicais sobre a real situação financeira do estado. O funcionamento do GT foi acordado em audiência com os gestores públicos, no dia 02 agosto deste ano, na presença da imprensa”, lembra Castanheira.