O governo paulista divulgou às 18h50 deste sábado (10) boletim informando que foram resgatados todos os corpos das vítimas do acidente com a aeronave ATR-72, da Voepass Linhas Aéreas.
Ao todo, 62 corpos, sendo 34 masculinos e 28 femininos foram encaminhados para a unidade central do Instituto Médico Legal (IML) (foto), que fica no bairro de Cerqueira César, em São Paulo, para identificação e posterior liberação às famílias.
A unidade do IML foi fechada para oferecer um atendimento ininterrupto e exclusivo às vítimas da tragédia. Até o começo da noite deste sábado, 50 corpos já tinham sido encaminhados ao IML central e o restante deve chegar nas próximas horas.
Trabalhos de reconhecimento
Duas vítimas já foram identificadas e 30 corpos foram necropsiados e radiografados. O IML colocou uma equipe com mais de 20 médicos legistas e equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia para executar os trabalhos de reconhecimento. O governo paulista informou que as demais ocorrências estão sendo direcionadas para outras unidades do IML de São Paulo, nas zonas leste e oeste, com funcionamento de 24 horas.
O governo também divulgou que continua, junto com a empresa, recepcionando familiares das vítimas do acidente. Trinta e oito famílias já foram recebidas e estão sendo atendidas. O próximo boletim será divulgado de acordo com o andamento dos trabalhos por parte do IML.
Representantes dos órgãos federais e do estado de São Paulo que participam dos trabalhos de retirada e identificação dos corpos das vítimas da queda do avião da empresa aérea Voepass (antiga Passaredo) disseram ainda ser cedo para falar em prazos para a conclusão dos trabalhos.
“Ainda não há previsão de término dos trabalhos”, disse, ontem (10), o chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro Marcelo Moreno, durante um rápido pronunciamento à jornalistas reunidos no acesso ao condomínio residencial onde a aeronave, um turbohélice ATR-72, caiu por volta das 13h20 de sextafeira (9), em Vinhedo, no interior de São Paulo.
“Em função da importância destas informações, estamos priorizando a qualidade ao invés de celeridade”, acrescentou Moreno ao explicar que as “caixas-pretas”, ou seja, os gravadores de vozes e dados técnicos como a velocidade em que a aeronave voava no momento em que os pilotos perderam o controle, já estão sendo analisados por técnicos, em Brasília.
“Iniciamos primeiro a tentativa de degravação dos registros de voz e, na sequência, dos de dados”, comentou o brigadeiro que, ontem, já tinha explicado que recuperar os registros das conversas entre piloto e co-piloto e dados técnicos do voo são fundamentais para que os investigadores consigam entender a ocorrência e, assim, tentar evitar acidentes semelhantes.