O Hospital Governador João Alves Filho confirmou que 12 pacientes estão infectados pela bactéria klebsiella Pneumoniae Carbapenemase [bactéria KPC] sendo que quatro pacientes estão com infecções e oito estão colonizados, ou seja, tem a bactéria, mas não apresentam infecções. Duas pessoas vieram a óbito, mas segundo informou o hospital, os pacientes estavam em estado grave e não há relação com a bactéria.
A infectologista e Coordenadora do Serviço de Controle a Infecção Hospitalar explicou que não é preciso alarde, a Klebsiella não é uma super bactéria e, sim, uma bactéria resistente que está presente na flora intestinal das pessoas. “Essa bactéria todos nós temos nos intestinos sensíveis e fazem parte da nossa flora, são até protetoras, mas só que quando o paciente fica internado grave e que toma muito antibiótico elas emergem. Na cultura que fizemos com os pacientes mapeamos que são cinco ou seis bactérias diferentes, mas com a mesma resistência a medicações”, explica Iza Lobo.
“Essa é uma questão intrínseca ao Hospital, não há motivo para pânico, as pessoas podem continuar se internando e usando os serviços do hospital, estamos adotando todas as medidas de segurança para que não haja a propagação, a bactéria Klebsiella é do mesmo grupo de outra bactéria a Acinetobacter que temos ai há 7 anos, e a maior parte das infecções da UTI são por conta dessas bactérias super resistentes, como é usual em UTI”, garante.
As Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) 1 e 2 ainda estão isoladas, mas a expectativa do Hospital é que ainda esta semana sejam liberadas. Outra medida adotada pela unidade de saúde é a criação de uma Ala Vermelha Transitória para atender os pacientes graves enquanto as UTIs não são liberadas.
“Os pacientes da Ala Verde Clínica, pacientes ortopédicos que aguardam cirurgias, mas estão clinicamente bem serão transferidos para o Hospital da Polícia Militar (HPM) para liberar essa Ala da Verde para transformar em uma Ala Vermelha Transitória, porque a vermelha é fonte principal de pacientes graves para a UTI e está lotada, e como não liberou a UTI ainda pode ter a necessidade de liberação de leitos na vermelha, então estamos abrindo cerca de 10 leitos para pacientes graves já que não tem vaga para UTI”, informa Iza.
Os pacientes que estão colonizados, ou seja, ainda não tem a infecção, mas tem a bactéria na pele, estão sendo monitorados porque podem apresentar infecção a qualquer momento. “Como ele está colonizado ele pode eventualmente fazer uma infecção pela bactéria, então temos que monitorar os colonizados e impedir que esses pacientes façam contatos com outros não colonizados e transfira porque isso ocorre pelas mãos, equipamentos, material, então por isso esses bloqueios de colocar em isolamento de contato, usar avental e luvas, lavar bem as mãos, restringir muita gente circulando, muitas visitas, tudo isso são os procedimentos normais para diminuir o risco de contágio”, ressalta a infectologista.
Óbitos
Sobre a morte de dois pacientes e o aumento no número de infectados, Dra. Iza explica que não há comprovação de que mortes estejam relacionadas a bactéria. “O número de infectados pode aumentar, temos resultados de cultura de suspeitas que sairão até a quarta-feira (10). Os óbitos que tivemos foi de uma rapaz de 18 anos que levou vários tiros na região do abdome e estava em estado bem grave e veio a falecer, ele estava colonizado, mas não há como associar a morte dele a bactéria, até porque a infecção estava estável. O outro caso foi de uma paciente cardíaca, também em estado grave e a bactéria só foi descoberta depois da morte”, esclarece.
Foto: Ascom/SES