Joângelo Custódio, repórter AJN1
Nesta terça-feira (6), cerca de 100 agências bancárias espalhadas em todo Sergipe estarão de portas fechadas devido à greve nacional dos bancários. Apenas o Banco do Estado de Sergipe (Banese) não aderiu ao movimento grevista, porque aceitou a proposta patronal, favorável aos anseios da categoria. Nas agências 'banesianas' o atendimento ao público será normal, mas já se espera a superlotação’.
A categoria pede reajuste de 16% (6% de ganho real e 9,88% reposição da inflação), mas os banqueiros ofereceram apenas 5,5%. Para a presidente Sindicato dos Bancários de Sergipe (Seeb/SE), Ivânia Pereira, a proposta é um absurdo.
“Os banqueiros não querem nem repor a inflação que é de 9,88%, isso é zombar da cara dos bancários, porque o sistema financeiro não para de lucrar, os cinco principais bancos do país lucraram no primeiro semestre de 2015 mais de R$ 36 bilhões, se comparado ao mesmo período de 2014 houve um aumento de 27% no lucro”, redarguiu ela.
Ivânia lembrou ainda que a categoria também cobra a contratação de mais funcionários para melhorar o serviço à população e evitar que os clientes passem mais de 15 minutos nas filas. “Só voltaremos ao trabalho quando os banqueiros apresentarem uma proposta descente e de ganho real para os bancários”, disse a sindicalista.
A sindicalista pede que a população utilize o serviço de autoatendimento, os canais de atendimento da internet, aplicativos e os correspondentes bancários, já que os caixas convencionais estarão em greve.
Queixa do povo
O aposentado Raimundo Vieira, de 76 anos, não concorda com o movimento grevista. Para ele, bancário não precisa fazer greve, porque ganha bem. “Só vai trazer caos ao povo. Eles deveriam agradecer a Deus por terem emprego e não fazerem greve. Principalmente agora, com o país em crise severa”.
A mesma opinião tem a dona de casa Elizabete Siqueira, 45. “Tenho contas a pagar, transferência bancária a fazer, e não vou poder movimentar meu dinheiro por causa dessa greve besta”, queixou-se ela.