Os bancários podem entrar em greve a partir da próxima terça-feira (6). Hoje (1º), eles fazem assembleias em todo o país para decidir se vão cruzar os braços. O Comando Nacional dos Bancários indicou a rejeição da proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Em Aracaju, a assembleia acontece às 18h30 na sede do Sindicato dos Bancários. Segundo a presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe, Ivânia Pereira, a categoria pleiteia um reajuste de 5% de ganho real acima da inflação que fechou em 9,74%.
Ela ressaltou que a paralisação deverá atingir todos os bancos privados e estatais. "Os banqueiros ofereceram 6,5%. Nós perdemos durante um ano 9,74% no poder de compra. Isso foi as perdas que toda classe trabalhadora teve. Na hora de reajustar o salário, não pode ser menor. Não aceitamos reajuste abaixo da inflação e queremos um índice acima, o que chamamos de ganho real", explicou a sindicalista.
Além do reajuste salarial, os bancários reivindicam a participação nos lucros e resultados de três salários mais R$ 8.297,61; piso salarial de R$ 3.940,24; vales-alimentação, refeição, décima-terceira cesta e auxílio-creche/babá no valor do salário-mínimo nacional (R$ 880); 14º salário; fim das metas abusivas e assédio moral; fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e à precarização das condições de trabalho; mais segurança nas agências bancárias e auxílio-educação.
A proposta da Fenaban foi de reajuste de 6,5% mais R$ 3 mil de abono para os trabalhadores. O Comando Nacional dos Bancários diz que essa proposta representa perda real de 2,8% (ao se descontar a inflação de 9,57%). A categoria entregou a pauta de reivindicações no dia 9 de agosto. Já foram discutidos os temas emprego, saúde, segurança e condições de trabalho, igualdade de oportunidades e remuneração. A data-base da categoria é 1º de setembro e a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) tem validade nacional. Em todo o país, são cerca de 512 mil bancários.
Para a Fenaban, se somados o abono e o reajuste, haverá “ganho superior à inflação na remuneração do ano da grande maioria dos funcionários do sistema bancário”. “A Fenaban reafirma sua confiança no diálogo contínuo entre as partes para se chegar a um acordo de renovação da convenção coletiva de trabalho entre bancos e bancários, que é a mais abrangente e completa do país”, acrescentou a federação.
* Com informações da Agência Brasil