O ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, pediu na segunda-feira (22) que Donald Trump “divulgue imediatamente” os documentos ligados a ele na investigação contra o magnata Jeffrey Epstein, acusado de abuso e tráfico sexual.
“Não precisamos de tal proteção. Portanto, solicitamos ao presidente Trump que instrua a procuradora-geral Bondi a divulgar imediatamente quaisquer materiais restantes que façam referência a, mencionem ou contenham uma fotografia de Bill Clinton”, diz o comunicado publicado por Angel Ureña, porta-voz de Clinton.
Fotografias inéditas do ex-presidente com Epstein e a então namorada dele, Ghislaine Maxwell, foram divulgadas na sexta-feira (19) como parte dos arquivos sobre o caso.
Uma imagem mostra Clinton sem camisa em uma banheira ao lado de outra pessoa cujo rosto foi ocultado. Há outras fotos dele nadando em uma piscina próximo de Maxwell.
Um porta-voz do Departamento de Justiça dos EUA afirmou que a pessoa com o nome ocultado em uma das novas fotos amplamente divulgadas é “uma vítima” de abuso sexual por Epstein.
Segundo o comunicado republicado pela conta oficial do ex-presidente, a forma como o conteúdo foi divulgado indica que “alguém ou algo está sendo protegido”.
“A recusa em fazê-lo confirmará a suspeita generalizada de que as ações do Departamento de Justiça até o momento não visam à transparência, mas sim à insinuação — usando divulgações seletivas para insinuar irregularidades contra indivíduos que já foram repetidamente inocentados pelo mesmo Departamento de Justiça, ao longo de muitos anos, sob presidentes e procuradores-gerais de ambos os partidos”, diz a publicação.
A Lei de Transparência dos Arquivos Epstein exigiu que o Departamento de Justiça americano ocultasse informações que pudessem identificar vítimas de abuso sexual.
No entanto, não está claro se todas as omissões em todas as fotos foram feitas para proteger uma vítima confirmada. Por exemplo, o rosto de um homem mais velho foi ocultado em algumas imagens.
Clinton nunca foi acusado de nenhum crime nem indiciado pelas autoridades por qualquer irregularidade relacionada a Epstein.
Angel Ureña também disse anteriormente que o governo Trump estava “se protegendo do que está por vir”, dizendo ainda que o ex-presidente não tinha conhecimento dos crimes de Epstein e havia rompido o relacionamento antes que as acusações viessem à tona.
Entenda o que são os “Arquivos de Epstein”
Durante as investigações e o processo sobre tráfico sexual contra Jeffrey Epstein e sua cúmplice e ex-namorada Ghislaine Maxwell, os procuradores federais reuniram milhões de documentos.
Os “Arquivos de Epstein” contêm mais de 300 gigabytes de dados, documentos, vídeos, fotografias e áudios armazenados no principal sistema eletrônico de gerenciamento de casos do FBI, a agência federal de investigações dos EUA, o “Sentinel”.
Esses registros incluem relatórios de investigação e documentos da apuração original do FBI em Miami.
Fonte: CNN Brasil





