O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou nesta quarta-feira que 1.693.673 vagas com carteira assinada foram criadas no país em 2024. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Os números mostram um aumento de 16,5% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 1,45 milhão de novos postos de trabalho. O resultado, porém, ficou abaixo de 2021 e 2022, quando o saldo entre demissões e contratações ficou acima de 2 milhões de vagas criadas.
Em dezembro, foi registra uma retração nos postos de trabalho. O saldo para o mês foi de 535,5 mil vagas fechadas, no pior resultado para dezembro desde 2020, durante a pandemia de covid-19.
Desde setembro, que teve um saldo positivo de 252 mil vagas, o Caged registrou uma desaceleração no ritmo de criação de empregos. Em outubro houve uma queda de 47,2% em relação a setembro, enquanto novembro registrou um saldo 19% menor que o mês anterior.
Saldo Caged (saldo de vagas por ano)
- 2020: -190.15
- 2021: 2.781.895
- 2022: 2.014.305
- 2023: 1.454.883
- 2024: 1.693.673
Desemprego
Dados divulgados pelo IBGE em dezembro mostraram que o país registrou 6,1% de desemprego em novembro, patamar já registrado pela pesquisa do instituto, iniciada em 2012.
No acumulado do ano houve um saldo negativo nos setores de comércio (-25.084), serviços (-257.703), agropecuária (-46.672), indústria (-116.422) e construção (-89.673).
Economistas consultados pelo Valor Pro esperavam abertura de 1,8 milhões de vagas anuais. De acordo com as previsões essa é a primeira vez em que há aumento na geração de emprego (ou seja, o total de vagas criadas cresce em relação ao ano anterior), desde 2021, no pós-pandemia.
Impacto da alta dos juros
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, comentou nesta quarta-feira (30) a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em patamar elevado e os impactos dessa política no cenário econômico brasileiro. Segundo o ministro, a decisão já era esperada, mas pode influenciar negativamente investimentos e a empregabilidade no país.
— Ninguém esperava coisa diferente por parte do Copom, dada a circunstância do decorrer do ano passado, mas é evidente que o número pode estar influenciado sim pelo papel do juro, no número também já de dezembro do Caged. Vamos ter que observar esse primeiro trimestre como vai se comportar esse conjunto no setor da economia — afirmou Marinho.
O ministro também destacou que o aumento dos juros impõe desafios significativos ao orçamento público e ao setor produtivo, impactando diretamente a capacidade de investimento das empresas.
Marinho ressaltou ainda que é necessário considerar os fatores externos, como as decisões do governo americano e o cenário econômico internacional, mas enfatizou a importância de olhar para as oportunidades internas do Brasil.
Além disso, o ministro lembrou que, historicamente, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) costumam apresentar retração no mês de dezembro, o que também deve ser levado em conta na análise do atual cenário do mercado de trabalho.
Salário de contratação
O salário médio real na contratação, em dezembro foi de R$ 2.162,32 valor R$ 0,90 inferior ao de novembro (R$ 2.163,22).
Fonte: O Globo