ARACAJU/SE, 6 de novembro de 2025 , 14:11:32

Brasil bate recorde em exportação de carne mesmo com tarifas

 

O Brasil consolidou sua posição como maior exportador mundial de carne bovina em 2025, superando obstáculos comerciais e alcançando volumes históricos. Segundo análise da StoneX, empresa global de serviços financeiros, o país demonstra resiliência mesmo após a imposição de tarifas elevadas pelos Estados Unidos.

Em julho de 2025, os Estados Unidos aumentaram as tarifas sobre a carne bovina brasileira de 26,4% para 76,4%, reduzindo drasticamente a competitividade do produto. A medida favoreceu concorrentes como Austrália e Canadá no mercado americano, avaliado em mais de US$ 1 bilhão anuais.

“Apesar disso, os dados de agosto revelaram a força do setor: o Brasil registrou o maior volume mensal de exportações de carne bovina de sua história”, afirma Larissa Barbosa Alvarez, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

China e México lideram demanda por carne brasileira

A diversificação de mercados foi fundamental para o sucesso brasileiro. A China ampliou sua participação para quase 60% das compras, impulsionada pela antecipação de estoques para o Ano Novo Lunar.

O México surpreendeu ao superar os Estados Unidos como segundo maior comprador em junho, triplicando suas aquisições em relação a 2024. Outros mercados emergentes também ganharam destaque:

Números comprovam momento histórico

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), o Brasil exportou 268 mil toneladas de carne bovina em agosto, crescimento de 23,5% em relação a agosto de 2024.

No acumulado de janeiro a agosto, os embarques somaram 1,8 milhão de toneladas, contra 1,5 milhão no mesmo período de 2024. Com esse ritmo, o país deve superar o recorde histórico de 2,5 milhões de toneladas exportadas em 2024.

O último trimestre de 2025 apresenta cenário favorável para o consumo doméstico. Fatores sazonais como comemorações de fim de ano e pagamento do décimo terceiro salário ampliam o poder de compra das famílias.

“A carne bovina, por seu valor simbólico e cultural, mantém-se como protagonista nas celebrações”, destaca Larissa Alvarez.

A competição entre proteínas também favorece a carne bovina. Após a recuperação dos preços do frango, a oferta interna dessa proteína reduziu, reforçando a atratividade da carne bovina no mercado doméstico.

Oferta e estratégia de abate

O último trimestre é marcado pelo início da estação de monta e maior disponibilidade de animais terminados em confinamento, especialmente para demanda asiática.

Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), cerca de 40% dos abates concentram-se em animais com menos de 24 meses. As escalas de abate estão mais longas, refletindo contratos antecipados pelos frigoríficos.

“A capacidade de redistribuição geográfica da oferta, somada à flexibilidade logística e à eficiência operacional da indústria brasileira, evidencia a maturidade do setor exportador”, conclui Larissa Alvarez.

Mesmo diante de incertezas comerciais, o Brasil mantém-se como referência global em qualidade, volume e confiabilidade na produção de carne bovina, preparando-se para consolidar novo recorde histórico em 2025.

Fonte: Agro em Campo

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