Depois do aumento de 0,25 ponto percentual na Selic, a taxa básica de juros, o Brasil subiu uma posição e passou a ter o 2º maior juro real –descontada a inflação– do mundo. Ultrapassou a Rússia que, em julho, tinha uma projeção de juro real mais alto. O levantamento foi feito pelo economista Jason Vieira, da consultoria MoneYou.
A taxa do Brasil anualizada prevista será de 7,33%. A Rússia tem juro real de 9,05%. Em julho, os juros reais brasileiros também ficavam atrás da Turquia.
O ranking é feito com base na estimativa “ex-ante”, quando as alíquotas anualizadas são estimadas com base nas estimativas da taxa básica e a inflação estimada para os próximos 12 meses. O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidiu nesta quarta-feira (18.set.2024) subir a Selic de 10,50% para 10,75% ao ano.
A posição do juro real brasileiro no ranking mundial é uma das principais queixas dos aliados do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na política monetária. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi constantemente criticado pelo presidente desde 2023. Apesar disso, o indicado para substituí-lo, o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, tem histórico de votar igual Campos Neto na maioria das reuniões do Copom.
Nesta quarta-feira, Galípolo optou pelo reajuste de 0,25 ponto percentual na Selic, assim como Campos Neto. A decisão foi unânime entre os diretores da autoridade monetária.
Os Estados Unidos cortou os juros para o intervalo de 4,75% a 5,00% ao ano. Essa redução faz com que o país norte-americano tenha um juro real de 0,98% para os próximos 12 meses. Ocupa a 21ª posição no ranking, que contempla 40 países.
A Argentina continua em último no levantamento, com juro real negativo de 33,92%.
Juros nominais
O Brasil pulou de 6º para 4º no ranking de maiores juros nominais –aqueles que não consideram a correção pela inflação. Está empatado com outros 2 países (Colômbia e México). A taxa Selic passou de 10,5% para 10,75% ao ano nesta quarta, depois de reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).
Segundo o levantamento da MoneYou, a Selic só não é maior que os juros da Turquia (50%) e da Argentina (40%).
Fonte: Poder360