A detecção e o tratamento precoce da Hanseníase são alguns dos principais objetivos da campanha iniciada em agosto deste ano. Em Sergipe, as ações são coordenadas pela Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e envolvem, também, o controle das Verminoses, Tracoma e Esquistossomose.
A campanha, que tem como público alvo estudantes da Rede Pública de Ensino com idades entre 5 e 14 anos, possibilita a realização de ações conjuntas envolvendo as Secretarias da Saúde e da Educação. Até o momento foram registrados os atendimentos a 61.698 estudantes. Esses dados correspondem às ações desenvolvidas em 60% dos municípios sergipanos, que já incluíram as informações coletadas no sistema disponibilizado pelo Ministério da Saúde.
“Antes mesmo de iniciar a campanha, orientamos os municípios a desenvolver ações estratégicas voltadas aos profissionais da educação e pais de alunos. O objetivo é potencializar o alcance das metas estabelecidas. Entre essas metas está, por exemplo, o tratamento de 85% das crianças para verminose”, esclareceu a gerente do Núcleo de Doenças Transmissíveis da SES, Mércia Feitosa.
Além disso, a gerente destaca que compõe essa meta o fornecimento da ficha de autoimagem para detecção de manchas suspeitas a 75% dos alunos, somando-se a isso o tratamento de 80% dos casos diagnosticados de tracoma.
Com a prorrogação da data para inclusão dos dados no sistema do Ministério da Saúde, a campanha segue até o mês de abril de 2017.
Hanseníase
De acordo com a gerente do Núcleo de Doenças Transmissíveis da SES, Mércia Feitosa, o Estado é considerado de média endemicidade para Hanseníase. São registrados, em média, 400 novos casos por ano. “Essa é uma doença silenciosa. Caso não seja tratada adequadamente pode provocar incapacidades ou deformidades”, alerta a gerente.
Causada pelo Mycobacterium leprae, que atinge principalmente a pele e os nervos, a doença pode afetar a face, os braços, as pernas, as mãos e os pés. Adultos e crianças podem apresentar os sintomas caracterizados pelo aparecimento de manchas ou placas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas (com alteração de sensibilidade), além de dormência nos pés, caroços avermelhados ou castanhos.
“A transmissão ocorre de pessoa a pessoa pela respiração. Por isso, é importante verificar se os contatos de uma pessoa diagnosticada com Hanseníase foram examinados. O exame realizado em pessoas próximas contribui para a descoberta de novos casos e redução da transmissão da doença”, esclareceu Mércia Feitosa.
Somente em 2015, a taxa de detecção foi de 16.22/100.000 habitantes na população em geral e 2.98/100.000 em menores de 15 anos. “Ao constatar algum dos sintomas, é preciso buscar uma Unidade Básica de Saúde. Quanto mais precoce tiver o diagnóstico, melhor. O tratamento dura de seis meses a um ano e é gratuito. A doença tem cura”, enfatizou a gerente do Núcleo de Doenças Transmissíveis da SES.
Verminoses
As Verminoses são infecções no intestino provocadas por parasitas, como: Ascaris lumbricoides (lombriga) Ancilostomídeos (amarelão) e Trichuris trichiura (verme-chicote).
Entre os principais efeitos provocados no organismo estão problemas como anemia, perda de peso, dores abdominais, sangramento intestinal e diarreias frequentes. “Além disso, as crianças podem ter retardo no crescimento e dificuldade de aprendizagem”, acrescenta Mércia Feitosa.
Ainda de acordo com a gerente Núcleo de Doenças Transmissíveis da SES, “as Verminoses podem ser prevenidas com tratamento e bons hábitos de higiene. Medidas simples podem ser adotadas pela população como: lavar as mãos frequentemente com água e sabão, cortar as unhas, andar sempre calçado, utilizar o banheiro para fazer suas necessidades, beber água filtrada ou fervida e lavar bem os alimentos antes de consumi-los”.
Fonte: SES