Em um país onde nomes de mulheres continuam sendo interrompidos pela violência, Juliette Freire escolheu o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, celebrado nesta terça-feira (25), para transformar a data em uma convocação pública. A artista lançou a campanha #VocêNãoEstáSozinha, que reúne personalidades para dar visibilidade ao feminicídio citando histórias reais de vítimas e reforçando a necessidade de denúncia.
A iniciativa surge após um episódio que atravessou a própria rotina da cantora: a morte de Clarissa, sua amiga, assassinada pelo companheiro em julho. O caso motivou Juliette a articular a nova ação, que usa as redes sociais para criar um espaço de mobilização. “Transformamos dor em movimento porque não dá mais para assistir a tanta violência e fingir que é normal. Convidei mulheres que admiro e confio, diversas entre si, para somar força comigo nessa luta por justiça e proteção. Nós não vamos nos calar enquanto tantas vidas continuam sendo interrompidas. Este vídeo é um convite e também um alerta para que cada pessoa reflita e entre nessa luta junto com a gente.”
O vídeo reúne nomes conhecidos do entretenimento, que emprestam suas vozes às vítimas. Participam Xuxa, Angélica, Juliana Paes, Bianca Andrade, Erika Januza, Ingrid Guimarães, Cintia Chagas, Bela Gil, Duda Santos, Isadora Cruz e Tati Machado. Cada uma menciona mulheres que foram mortas por parceiros ou ex-parceiros, buscando reforçar a dimensão do problema e a necessidade de respostas rápidas.
O Brasil registra números elevados de feminicídio, e o tema segue como um dos principais desafios da política pública de enfrentamento à violência de gênero. A campanha tenta ampliar o alcance das informações sobre prevenção, acolhimento e denúncia, especialmente em um dia marcado internacionalmente pela mobilização de governos, coletivos e organizações sociais.
Além da visibilidade, o movimento destaca o canal de denúncia que pode ser acionado de qualquer lugar do país. A orientação é direta: ligue 180 ao presenciar, vivenciar ou suspeitar de violência contra mulheres. O serviço funciona diariamente e integra a rede nacional de proteção.
Fonte: O Globo





