O governo canadense comunicou ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a reabertura do mercado para a carne de frango brasileira, meses depois de suspender as compras por causa de um foco de influenza aviária em Montenegro, no Rio Grande do Sul. O país da América do Norte era o último grande comprador que ainda mantinha embargo total à proteína. Isso torna a decisão estratégica para o setor avícola brasileiro.
O caso que motivou as restrições ocorreu em 16 de maio de 2025, em uma granja comercial gaúcha. E levou à adoção de medidas de contenção, sacrifício sanitário das aves e monitoramento intensivo na região. Segundo autoridades brasileiras, o episódio permaneceu restrito ao foco inicial, sem transmissão ao consumo de carne de aves ou ovos.
Impacto nas exportações de frango
Com o anúncio canadense, o Brasil conclui o processo de reabertura de todos os mercados que haviam imposto restrições após o registro do foco de influenza aviária de alta patogenicidade. Ao longo dos últimos meses, União Europeia, China e outros destinos estratégicos já haviam normalizado as compras. Portanto, retomando gradualmente os embarques de carne de frango brasileira.
A retomada plena das exportações reforça o papel do Brasil como um dos maiores fornecedores globais de carne de frango. E reduz a pressão sobre frigoríficos e produtores que enfrentaram renegociações de contratos e redirecionamento de cargas durante o período de embargo. Para o setor, o fim do último bloqueio tende a melhorar a previsibilidade comercial e a competitividade em um mercado marcado por disputas acirradas de preço e exigências sanitárias cada vez mais rígidas.
Avaliação da ABPA e do governo
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirma que a reabertura do mercado canadense encerra um “processo exemplar” de resposta sanitária e diplomática conduzido pelo Brasil. Segundo a entidade, o país atuou com transparência, rigor técnico e agilidade. Fatores que ajudaram a recuperar a confiança dos importadores e encurtar o período de embargo.
O presidente da ABPA, Ricardo Santin, destaca que a decisão do Canadá demonstra reconhecimento internacional da robustez do sistema de defesa agropecuária brasileiro e da capacidade de gestão de crises sanitárias. Para o governo brasileiro, o desfecho também reforça a importância de manter investimentos em vigilância epidemiológica, rastreabilidade e comunicação rápida com os parceiros comerciais.
Relevância do caso para a avicultura
O foco de gripe aviária em granja comercial no Rio Grande do Sul ocorreu em um estado que figura entre os maiores exportadores de carne de frango do país. E que, além disso, destina mais de metade da sua produção ao mercado externo. A confirmação da doença acendeu um alerta econômico regional, com impacto direto sobre produtores, cooperativas e frigoríficos que dependem fortemente da cadeia avícola.
Mesmo com o caráter isolado do caso, diversos parceiros adotaram suspensões temporárias ou restrições regionais. O que evidenciou a sensibilidade do comércio internacional a qualquer registro de influenza aviária em plantéis comerciais. A rápida eliminação do foco e a posterior derrubada dos embargos, culminando na decisão canadense, reforçam a importância de protocolos bem estruturados para preservar acesso a mercados e manter a imagem do Brasil como fornecedor confiável.
Fonte: Agro em Campo





