ARACAJU/SE, 10 de dezembro de 2024 , 22:20:56

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Casa de Marimbondo participa da 14ª Bienal Brasileira de Design

 

 

 

Para a 14ª Bienal Brasileira de Design, a Casa de Marimbondo apresenta uma de suas criações mais emblemáticas: a poltrona Pacatuba.  O mobiliário, depois de marcar presença em exposições em São Paulo e no Rio de Janeiro, retorna simbolicamente e desembarca nesse importante evento, que chega a Aracaju, onde estão as raízes da marca sergipana.

A Casa de Marimbondo nasceu do pensamento da multiartista e artesã Naná Oliveira e tem o propósito de preservar a cultura, gerar prosperidade e novas fontes de renda para mulheres nordestinas. Naná dedicou os últimos 10 anos exclusivamente para a pesquisa e trabalhos com comunidades periféricas e tradicionais, no desenvolvimento de produtos e no aprendizado das artesanias da região, em especial do seu estado, o Sergipe.

Foi em Pacatuba, no pantanal sergipano, que o sonho antigo de produzir mobiliário despertou. Um trabalho embasado no conhecimento e na utilização das técnicas tradicionais, que busca colaborar com a economia do lugar numa expectativa de contribuir para a perpetuação da sabedoria manual daquele território.

Os objetos do cotidiano e da cultura do povoado do Tigre foram o ponto de partida para a criação da poltrona Pacatuba, que teve a colaboração da arquiteta Giovanna Arruda. Em especial, o puçá – pulsar -, apetrecho usado pelas mulheres na pesca do marisco nas lagoas do segundo maior bioma pantaneiro do Brasil. De lá também é retirada a taboa, elemento central do artesanato local e que cresce em abundância. Ali, Naná, guiada por Dona Marizete e Jozinete, teve a sensibilidade de enxergar um design próprio e uma fibra diferenciada da taboa por crescer em águas profundas. Algo único e exclusivo de Pacatuba.

“O que chamam de design, nós chamamos de tradição. Nosso alicerce é o modo de viver do Nordeste e tudo o que nos envolve. A poltrona Pacatuba é inspirada na natureza orgânica e comunitária do povoado do Tigre, onde mantemos a tradição originária de viver no tempo e do que a natureza oferece”, conta Naná.

Outro material utilizado na poltrona Pacatuba é o vergalhão. As hastes de aço fazem parte dos mobiliários interioranos pelo seu baixo custo e longevidade, e criam uma estética única de preservação da memória daquela comunidade. Para Naná, o processo de construção desse mobiliário reformula conhecimentos que existem há muito tempo e que agora são a base das criações da Casa de Marimbondo. “Junto à estrutura de aço de um passado colonizado, trouxemos a palha da taboa como referência de um presente de resgate e manutenção de um sistema socioecológico, no qual se colhe e não se degrada, onde se alimenta e nada falta, onde esse trançado tradicional não se perde com o passar do tempo”, conclui.

Crédito Imagens: Bruna Noveli

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