O município de Itabaiana é conhecido pela força de seu comércio e por ser a “terra dos caminhoneiros e da cebola”. Porém, é um outro produto que irá inserir em breve a região no cenário internacional: a castanha de caju.
Isso porque o alimento, que hoje é a principal fonte de renda para os moradores do Povoado Carrilho, foi um dos seis produtos selecionados para representar o Brasil no Salon Internacional de la Restauration de I’hôtellerie et de l’alimentacion (Sirha 2017), o maior evento das indústrias de gastronomia, hotelaria e foodservice do mundo.
A Feira acontece de 22 a 25 de janeiro em Lyon, na França, e reunirá quase três mil expositores, 200 mil chefs de cozinhas e outros 180 mil profissionais dos setores de hotelaria e alimentação de 86 países. Ela tem como proposta disseminar a cultura, os ingredientes e produtos diferenciados, valorizando as práticas de produção sustentável.
A participação dos sergipanos será viabilizada pelo Sebrae, que promoverá uma missão para levar os produtores selecionados para o evento. Além da castanha do Carrilho, também serão apresentadas a cachaça, o café, ovas de tainha defumada, o cacau e a amêndoa produzidos em estados do Sul, Sudeste e Norte do Brasil.
“Será uma excelente oportunidade para divulgar o produto junto aos representantes de restaurantes, supermercados, hotéis e entidades que atuam no setor de alimentação em vários países. Esperamos que esse seja o primeiro passo para inserir a castanha de caju no cenário da gastronomia mundial”, explica o diretor Técnico do Sebrae em Sergipe, Marcelo Barreto.
A comitiva embarca no dia 19 para a França. Além da Feira, eles também visitarão pequenas propriedades rurais no país para agregar novos conhecimentos.
Critérios
Para selecionar os produtos os organizadores da Feira levaram em consideração aspectos como certificação, Indicação Geográfica (de origem e de procedência), marcas coletivas, selo de qualidade controlados por associações ou cooperativas e premiações relevantes recebidas.
Um dos diferenciais da castanha sergipana é que ela é a única cujo processo de torrefação é natural, ou seja, sem a utilização de aditivos químicos, e sustentável, já utiliza a casca do produto para aquecer os fornos.
Segundo a presidente da Cooperativa dos Beneficiadores de Castanha do Povoado Carrilho (Coobec), Maria Cristina da Silva, a participação na Sirha 2017 serve como reconhecimento ao trabalho desenvolvido pelos trabalhadores.
“Foi com muita satisfação que recebemos esse convite porque poderemos mostrar um pouco da nossa cultura e levar o nome da nossa comunidade para outro país. Nós não tínhamos noção do valor que o nosso produto tem para as outras pessoas”.
Estima-se que mais de 100 famílias no Povoado tenham como fonte de renda a castanha de caju. É de lá que sai a maior parte do produto comercializado nas feiras livres, supermercados e praias de Aracaju. Somente na Coobec são produzidas duas toneladas de castanhas por mês.
Fonte: Ascom Sebrae