ARACAJU/SE, 16 de setembro de 2025 , 21:57:51

“Cem anos de solidão” é a dica de leitura para este fim de semana

O livro mais importante de Gabriel García Márquez. Em Cem anos de solidão, um dos maiores clássicos da literatura, o prestigiado autor narra a incrível e triste história dos Buendía – a estirpe de solitários para a qual não será dada “uma segunda oportunidade sobre a terra” e apresenta o maravilhoso universo da fictícia Macondo, onde se passa o romance. É lá que acompanhamos diversas gerações dessa família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo. Para além dos artifícios técnicos e das influências literárias que transbordam do livro, ainda vemos em suas páginas o que por muitos é considerado uma autêntica enciclopédia do imaginário, num estilo que consagrou o colombiano como um dos maiores autores do século XX.

Em nenhum outro livro García Márquez empenhou-se tanto para alcançar o tom com que sua avó materna lhe contava os episódios mais fantásticos sem alterar um só traço do rosto. Assim, ao mesmo tempo em que a incrível e triste história dos Buendía pode ser entendida como uma autêntica enciclopédia do imaginário, ela é narrada de modo a parecer que tudo faz parte da mais banal das realidades.Gabo, apelido de Gabriel García Márquez, costumava dizer que todo grande escritor está sempre escrevendo o mesmo livro. “E qual seria o seu?”, perguntaram-lhe.

“O livro da solidão”, foi a resposta. Apesar disso, ele não considerava Cem anos sua melhor obra (gostava demais de O outono do patriarca). O que importa? O certo é que nenhum outro romance resume tão completamente o formidável talento deste contador de histórias de solitários – que se espalham e se espalharão por muito mais de cem anos pelas Macondos de todo o mundo. Cem anos de solidão é uma obra grandiosa e atemporal, sobre a qual é possível construir diversos paralelos com a nossa própria existência.

Sobre o autor

Gabriel García Márquez, um dos principais autores do chamado realismo mágico na literatura latino-americana, é escritor, jornalista, editor, ativista e político. Nascido na Colômbia, é considerado um dos autores mais importantes do século XX, reconhecimento materializado no recebimento, em 1972, do Prêmio Internacional Neustadt de Literatura e, em 1982, do Prêmio Nobel da Literatura. Autor de uma vasta obra, publicou desde contos, romances e textos não ficcionais. Suas mais aclamadas obras são os romances Cem anos de solidão e O amor nos tempos do cólera.

Gabriel José García Márquez nasceu em 6 de março de 1927, na cidade colombiana de Aracataca. Foi o mais velho de 11 irmãos, mas viveu um período da infância fora da casa de seus pais, momento em que, dos 5 aos 9 anos de idade, foi criado pelos avós maternos.

Após a morte de seu avô, em 1936, Gabriel, ou Gabo, como era chamado pelos amigos, voltou a morar com seus pais na cidade de Sucre, onde, aos 10 anos de idade, escrevia versos humorísticos. Por meio de uma bolsa que ganhou, iniciou, quando tinha 13 anos, os estudos no Liceu Nacional de Zipaquirá. Após concluir seus estudos nessa instituição, o jovem Gabriel mudou-se para Bogotá, capital de seu país, para estudar Direito na Universidade Nacional. Nesse período, iniciou seu trabalho como jornalista no Jornal El Universal.

No início da década de 1940, Gabriel García Márquez ingressou no Grupo de Barranquilla, grupo literário de amigos cujo líder era Ramón Vinyes, dono de uma livraria com um grande acervo de obras da literatura espanhola, italiana, francesa e inglesa, o que possibilitou ao autor de Cem anos de solidão ler os clássicos.

Em 1955, García Márquez publicou seu primeiro livro, A Revoada (O enterro do diabo), ano em que também venceu o primeiro prêmio no concurso da Associação de Escritores e Artistas. Como jornalista, atuou como correspondente internacional do jornal El espectador em Genebra e em Roma, além de ter passado um período em Paris, Polônia, Hungria, República Democrática Alemã, Tchecoslováquia e na União Soviética.

Em março de 1958, casou-se com Mercedes Barchay e tiveram dois filhos: Rodrigo (1959) e Gonzalo (1962). No ano de 1959 foi nomeado diretor da recém-criada agência de notícias cubana Prensa Latina. Em 1960 passou seis meses em Cuba e, no ano seguinte, foi enviado a Nova York. Posteriormente foi morar no México, onde escreveu grande parte de sua obra e onde faleceu em 17 de abril de 2014.

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