ARACAJU/SE, 26 de novembro de 2024 , 23:24:54

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Censo da população de rua de Aracaju finaliza primeira etapa

 

A primeira etapa da coleta de dados do censo da população de rua de Aracaju (SE) foi finalizada nessa quinta-feira (5), após três dias de trabalho. No total, 48 recenseadores trabalharam divididos em equipes de quatro técnicos, que fizeram o levantamento dos dados em campo durante a etapa da análise quantitativa da população de rua.

O Ministério Público Federal (MPF) vem atuando em articulação com instituições públicas e da sociedade civil para a realização do censo.

Os trabalhos terão continuidade nos próximos dias com a aplicação de questionários mais aprofundados sobre um percentual da população de rua entrevistada na primeira etapa. Em seguida, os dados serão encaminhados para tratamento na Universidade Federal de Sergipe (UFS).

As equipes passaram por treinamento nos dias 27 e 28 de agosto, realizado na sede da Associação Católica Bom Pastor e ministrado pelos membros do Grupo de Trabalho Censo PopRua.

Políticas públicas

O objetivo do levantamento, de acordo com o coordenador da Pastoral do Povo de Rua e membro do Grupo de Trabalho Censo PopRua, Marcos Corrêa, é “realizar não apenas a contagem da população de rua de Aracaju, mas também conhecer o seu perfil, para que as políticas públicas possam ser aperfeiçoadas de acordo com as suas necessidades”, explicou.

Direitos do cidadão

O MPF  vem atuando como instituição parceira para impulsionar a realização do censo da População de Rua, fazendo a interlocução entre esses movimentos e a Secretaria de Assistência Social do Município de Aracaju para que uma parceria entre ambos fosse formada e, assim, concretizar a implementação da política pública.

Para a procuradora regional dos Direitos do Cidadão, Martha Figueiredo, sem dados a sociedade e o poder público desconhecem a população de rua. “O censo permite que os gestores melhor dimensionem as necessidades desse público-alvo e, por outro lado, também proporciona maior controle social das políticas públicas”, explicou.

“Com o resultado, melhora a fiscalização dos serviços públicos prestados a essa população em termos de alimentação, saúde, moradia, acesso ao trabalho, dentre outros”, complementou a procuradora.

Parceria

Há dois anos, o Grupo de Trabalho Censo PopRua – formado por membros do Movimento Nacional daPopulação de Rua – Sergipe (MNPR-SE), da Pastoral do Povo de Rua, da Associação Católica Bom Pastor, integrantes do Consultório na Rua, Projeto Redução de Danos, colegiado gestor da Reaps (da Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju), além de professores e pesquisadores da UFS -, se dedica à realização do censo da população de rua em Aracaju.

Todo o trabalho de pesquisas, reuniões e diálogos com os movimentos sociais e com as pessoas em situação de rua foi realizado em caráter voluntário e resultou na criação de uma metodologia própria de recenseamento, elaboração de cronograma e definição de roteiros para coleta dos dados em Aracaju.

“Construímos uma metodologia de trabalho, que, além de se atentar ao rigor necessário para uma pesquisa censitária, manteve um compromisso contínuo com a própria participação das pessoas em situação de rua. É por isso que temos o orgulho de afirmar que é uma pesquisa construída entre muitas mãos, com os moradores de rua e para eles”, afirmou Robert Carmo, pesquisador da UFS e membro do Grupo de Trabalho Censo PopRua.

Diversas instituições contribuíram para realizar a atividade. Para o censo, a Secretaria Municipal da Família e da Assistência Social de Aracaju (Semfas) disponibilizou 20 smartphones e 12 veículos, além da participação direta de servidores.

A Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju também disponibilizou servidores para execução do censo e a colaboração de sua Assessoria de Comunicação. A maior parte das despesas foram custeadas com recursos de emenda parlamentar destinada pela então vereadora Linda Brasil. Além disso, o Ministério Público do Trabalho e a Justiça do Trabalho, em parceria com o MPF, destinaram recursos para alimentação dos recenseadores.

Fonte: MPF-SE

Foto: Antonio Cleonys

 

 

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