Da redação, AJN1
No primeiro trimestre do ano, cerca de 70 trotes foram registrados por dia pelo Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp). Essa conduta irresponsável e criminosa de quem aciona equipes de emergência através do número 190 para falsas ocorrências, interferem diretamente no atendimento a chamados em que realmente há risco à população, como ações de salvamento ou situações de flagrantes de crimes.
De acordo com números do Ciosp, de janeiro a março foram registradas 57.752 chamadas, desse total 11,89% foram trotes, o que corresponde 6.277 casos falsos. Apesar do número ainda ser alto, houve uma queda em relação ao mesmo período do ano passado quando foram registrados 8.162 e ao ano de 2019 com 14.880 falso chamadas.
Mesmo diante da queda na incidência dos trotes, a direção da unidade considera que o número de falsos acionamentos das forças de segurança pública ainda é alto em Sergipe. A falsa comunicação de crime ou contravenção é crime previsto no artigo 340 do Código Penal.
O diretor do Ciosp, coronel Eduardo Brandão, explicou que o trote interfere tanto no deslocamento das viaturas, quanto nos custos de fornecimento do serviço à população sergipana. “Infelizmente, o trote continua sendo um problema para a segurança pública do estado. Quando as pessoas passam falsas informações de crimes, prejudicam o atendimento ao público. Essas pessoas colocam em risco a sociedade, seus parentes e seus familiares”, ressaltou.
O coronel relembrou que, além de ser crime, a comunicação de falsas ocorrências pode impactar também no cotidiano dos autores dos trotes. “Essas pessoas colocam em risco a sociedade, seus parentes e seus familiares. Enquanto a polícia poderia estar fazendo o policiamento preventivo, tentando salvar vidas, deixamos de fazer os procedimentos preventivos para atender essas falsas ocorrências. Imagine sendo você, que passa um trote, amanhã ou depois, precisando do serviço da Polícia Militar”, reforçou.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) tem investido em tecnologia para identificar os autores dos trotes em Sergipe. “Começamos a colocar um sistema no qual conseguimos identificar os trotes feitos tanto por telefones fixos, quanto por aparelhos celulares. Conseguimos mapear as antenas de telefone. Assim, a partir da terceira ligação de trote, o número de telefone é automaticamente bloqueado e não consegue acionar o Ciosp”, finalizou o coronel Eduardo Brandão.