Três executivos de empresas de criptomoedas morreram de forma misteriosa no intervalo de um mês. A última delas foi a do bilionário russo Vyacheslav Taran, de 53 anos, vítima de um acidente de helicóptero em Villefranche-sur-mer, cidade situada a 17 km de Mônaco, na sexta-feira (25). Dois dias antes, a empresa do chinês Tiantian Kullander, de 30 anos, publicou um comunicado informando que ele morreu enquanto dormia. E em 29 de outubro, o corpo do russo Nikolai Mushegian, de 29 anos, foi encontrado em uma praia de Porto Rico. Os casos estão em investigação.
Taran era dono da Libertex, uma empresa que atuava no ramo de criptomoedas e patrocina grandes clubes de futebol, como o Bayern de Munique e Tottenham. Além do bilionário, o piloto da aeronave, de 35 anos, também morreu no acidente ocorrido na sexta-feira por volta das 14h. E um passageiro desistiu do voo pouco antes do embarque, o que levantou suspeitas.
O russo voava de Lausanne, na Suíça, para Mônaco. De acordo com a imprensa francesa, o helicóptero da Monacair caiu nos Alpes Franceses, mas o tempo era bom.
Ex-operador do Morgan Stanley e Goldman Sachs
Kullander era co-fundador da empresa de ativos digitais Amber Group, com sede em Hong Kong. Ele morreu “inesperadamente” durante o sono, de acordo com comunicado divulgado pela própria companhia criada pelo chinês, neste domingo. Nenhum detalhe adicional foi informado.
Antes de criar o Amber Group, Kullander foi negociador de crédito na Goldman Sachs e operador de mercados emergentes no Morgan Stanley. Em 2019, ele entrou para a lista Forbes Under 30, que elenca os principais jovens empreendedores e líderes do mundo.
A empresa de Kullander, Amber Group, foi recentemente avaliada em US$ 3 bilhões, após conseguir uma rodada de financiamento de US$ 200 milhões. No início deste mês, veículos especializados em criptomoedas publicaram que o grupo tentava levantar mais US$ 100 milhões.
Medo da CIA e do serviço secreto iraniano
O corpo de Mushegian foi encontrado por um surfista em Ashford Beach, em Porto Rico, no dia 29 de outubro. O russo morreu afogado após ser arrastado pelas correntes marítimas, conforme publicado pela imprensa portoriquenha.
Cofundador da plataforma de empréstimo de criptomoedas MakerDAO e da stablecoin Dai, Mushegian vivia em uma casa de veraneio de US$ 6 milhões em Porto Rico. A praia onde ele estava é considerada um dos lugares mais perigosos do mundo para os banhistas.
A morte de Mushegian aconteceu pouco depois dele publicar no Twitter que temia ser morto pela CIA e pelo Mossad, os serviços secretos dos Estados Unidos e de Israel, respectivamente. O caso é investigado pelas autoridades locais, mas a família do russo não acredita em crime. Mushegian era considerado um gênio “paranóico” e “problemático”.
Fonte: O Globo