Na hora de abastecer, muitos motoristas ainda ficam em dúvida sobre qual combustível escolher. Comum, aditivado ou premium? Todos atendem às normas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mas têm características próprias que influenciam a durabilidade do motor, o desempenho e até o consumo.
Enquanto a comum cumpre a função básica, a aditivada ajuda a manter o motor limpo e protegido. Já a premium garante performance máxima em motores de maior exigência. Conhecer essas diferenças é essencial para escolher bem.
Comum: o básico do dia a dia
A gasolina comum é a versão mais simples, composta pela base acrescida de até 30% de etanol anidro. Cumpre os requisitos da ANP e pode ser usada em toda a frota. Porém, por não conter aditivos extras de limpeza, pode favorecer depósitos em bicos injetores e válvulas ao longo do tempo.
O professor Juliano Martins Barbosa, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, lembra que a gasolina comum possui índice antidetonante (IAD) em torno de 87. Isso é suficiente para motores de baixa compressão, mas não traz ganhos em aplicações mais exigentes.
Aditivado: mais limpeza e proteção
Combustíveis aditivados usam a mesma base da comum, mas recebem pacotes de aditivos que limpam e protegem o motor. A Ipiranga, por exemplo, oferece a Ipimax, com detergentes e dispersantes que removem sujeira, anticorrosivos contra ferrugem e redutores de atrito que diminuem desgaste das partes móveis. Segundo a empresa, isso garante motor limpo, vida útil prolongada e economia superior a 4%.
Os aditivos também favorecem pulverização adequada, melhorando a queima e reduzindo emissões. No dia a dia, a aditivada ajuda a evitar falhas e prolonga a durabilidade do motor, especialmente em uso urbano intenso.
Premium: desempenho máximo para motores exigentes
Os combustíveis premium se diferenciam pela maior octanagem, essencial para motores de alta compressão, turboalimentados ou esportivos. A Ipiranga oferece a Ipimax Pro, com octanagem acima de 100 e aditivos avançados. Segundo a companhia, o produto proporciona economia de até 4,2% no consumo, redução de atrito em até 34% e restauração de até 5,6% da potência.
Barbosa reforça que a premium reúne octanagem elevada, maior estabilidade química, menor teor de enxofre e aditivos em maior concentração. É indicada para veículos modernos que exigem esse nível de desempenho.
O papel da octanagem
A octanagem mede a resistência do combustível à pré-detonação, conhecida como batida de pino. Quanto maior o índice, mais o combustível suporta compressão sem queimar antes da hora. Com a octanagem correta, a combustão é uniforme, garantindo potência máxima e proteção.
Usar combustível de baixa octanagem em motores de alta exigência pode resultar em perda de potência, consumo maior e desgaste prematuro. Por isso, é fundamental seguir a recomendação do manual do veículo.
Misturar tipos diferentes: quais os efeitos?
Não há risco imediato em misturar combustíveis diferentes no tanque, mas os benefícios são reduzidos. Se o motorista mistura premium com gasolina comum, a octanagem final cai e o motor não aproveita toda a performance. Isso vale para a aditivada: diluída, perde parte de sua capacidade de limpeza e proteção.
Como escolher o combustível certo?
A decisão deve partir sempre do manual do veículo, que indica a octanagem mínima recomendada.
Para a maioria dos carros de uso diário, a aditivada é a escolha equilibrada entre custo, proteção e rendimento. A premium é indicada para esportivos, importados e modelos de alta compressão. Já a comum pode ser usada sem problemas, mas tende a exigir um pouco mais manutenção no longo prazo.
Em resumo, a escolha do combustível impacta diretamente na performance e na durabilidade do motor. Optar por aditivada ou premium é investir em eficiência, proteção e economia.
Fonte: Auto Esporte