Companhias do setor farmacêutico finalizaram nesta sexta-feira (9)um acordo para pagar US$ 19 bilhões a estados dos Estados Unidos que as acusaram de conivência com a crise dos opioides, aplicando dinheiro em comunidades ainda afetadas pelo uso indiscriminado de drogas.
Os estados chegaram a acordos com as farmacêuticas Teva e Allergan e as redes de farmácias CVS e Walgreens. Anteriormente já haviam fechado US$ 26 bilhões com Johnson & Johnson e as distribuidoras McKesson, Cardinal Health e AmerisourceBergen.
A disputa entre os estados e as empresas já dura quase uma década, quando mais de três mil ações foram distribuídas nos EUA, alegando que farmacêuticas, distribuidoras e farmácias ignoraram os riscos de vício de opioides e não fizeram nada para reduzir sua circulação.
O uso indevido de remédios a base de opioides, recentemente impulsionado pela chegada do fentanil no ciclo de distribuição de drogas ilegais, mata mais de 100 mil pessoas por ano nos EUA. Os acordos anunciados hoje encerraram a maioria dos processos ainda em andamento.
O dinheiro dos acordos vai começar a ser distribuído ainda neste ano. Os fundos são priorizados para estados com maior população e que foram mais prejudicados pela crise dos opioides. Não há uma estratégia unificada de como usar esse dinheiro e cada governo local o usa de acordo com suas necessidades.
As redes de farmácias CVS e Walgreens se comprometeram a monitorar e compartilhar dados sobre compras suspeitas de opioides. As fabricantes Allergan e Teva vão precisar financiar a realização de programas para prevenir o uso indiscriminado dos seus produtos.
Um acordo de US$ 3,1 bilhões em separado envolvendo o Walmart está em processo de finalização e deve ser completado ainda neste ano.
Fonte: Valor