Da redação, AJN1
A comunidade do bairro América pretende reagir a decisão da Polícia Militar em desativar o posto de Polícia Comunitária, que funciona em anexo a igreja São Judas Tadeu. A notícia pegou todos de surpresa, pois o bairro já estava ultimando os preparativos para comemorar os 20 anos da implantação do PAC, que serviu de modelo para a instalação de outros postos de polícia comunitária em Aracaju. “Vamos procurar o comandante da Polícia Militar, o secretário de Segurança e até o governador se for preciso”, destacou José Airton, que é relações públicas da paróquia dos Capuchinhos.
De acordo com o comandante do 8º Batalhão da PM, tenente-coronel Vivaldy Cabral, independente de qualquer base de funcionamento, a PM sempre estará nas ruas. “Nós estamos fazendo uma reestruturação para melhorar a prestação de serviços à população com uma base em funcionamento em outra área que é na rua Acre”, disse o oficial acrescentando que a população precisa de polícia nas ruas. “A polícia não tem que ficar em um quartel, sentada tomando conta de um prédio. Ela tem que está nas ruas fazendo o policiamento e atendendo as demandas conforme forem existindo”, concluiu.
A transferência do PAC para outro local e o consequente fechamento da unidade que fica em anexo a igreja desagradou os moradores. Eles acreditam que a saída da base da PM fará crescer os registros de violência no bairro. “Temos um bom relacionamento e uma estima muito grande pelos policiais que trabalham aqui. Sem o posto com certeza a bandidagem vai reinar”, revelou o aposentado Antonio dos Santos, 69. Outro morador que não consegue esconder a indignação com a medida anunciada pela PM é o presidente do Conselho de Segurança do bairro América, Luiz Carlos. “Não aceitamos em hipótese alguma. Podem até retirar a Companhia, mas queremos que seja mantido o posto em funcionamento”.
História
A implantação do primeiro posto de polícia comunitária de Sergipe aconteceu em 1996 durante a gestão do ex-governador Albano Franco. Para efetivação do novo projeto de policiamento apresentando na época foi necessária a integração de vários seguimentos da comunidade e da igreja, através do frei Raimundo, um dos maiores entusiastas, do então comandante da Polícia Militar, coronel Pedro Paulo da Silva, e do atual presidente da Fundação Renascer, Wellington Mangueira, que era o Secretário de Segurança Pública (SSP).
A ideia de integrar polícia e comunidade deu certo e os índices de violência do bairro América sofreram uma queda drástica. A experiência bem sucedida levou a implantação de núcleos de policiamento comunitário em outros bairros. Com o passar dos anos, os postos tiveram suas estruturas sucateadas e houve uma redução no efetivo policial. Muitos deles estão fechados atualmente.