O Conselho de Segurança da ONU votou, nesta segunda-feira (17), pela adoção de uma resolução elaborada pelos Estados Unidos que apoia o plano do presidente Donald Trump para encerrar a guerra em Gaza e autoriza uma força internacional de estabilização para o território palestino.
Israel e o Hamas concordaram no mês passado com a primeira fase do plano de 20 pontos de Trump para Gaza – um cessar-fogo na guerra que já dura dois anos e um acordo para a libertação dos reféns –, mas a resolução da ONU é vista como vital para legitimar um órgão de governança de transição e tranquilizar os países que estão considerando enviar tropas para Gaza.
O texto da resolução afirma que os Estados-membros podem participar do “Conselho de Paz”, concebido como uma autoridade de transição que supervisionaria a reconstrução e a recuperação econômica de Gaza.
A medida também autoriza a força internacional de estabilização, que garantiria um processo de desmilitarização de Gaza, inclusive por meio do desarmamento e da destruição da infraestrutura militar.
O plano de 20 pontos de Trump está incluído como anexo à resolução.
A Rússia, que detém poder de veto no Conselho de Segurança, havia sinalizado anteriormente uma possível oposição à resolução, mas se absteve na votação, permitindo que a resolução fosse aprovada.
A AP (Autoridade Palestina) emitiu um comunicado na sexta-feira apoiando a resolução elaborada pelos EUA.
A resolução se mostrou controversa em Israel porque faz referência a uma possibilidade futura de criação de um Estado palestino.
O texto da resolução afirma que “as condições poderão finalmente estar estabelecidas para um caminho credível rumo à autodeterminação e à formação de um Estado palestino”, uma vez que a Autoridade Palestina tenha implementado um programa de reformas e o processo de reconstrução de Gaza tenha avançado.
“Os Estados Unidos estabelecerão um diálogo entre Israel e os palestinos para chegar a um acordo sobre um horizonte político para uma coexistência pacífica e próspera”, afirma o comunicado.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, pressionado por membros da ala direita de seu governo, afirmou no domingo (16) que Israel continua se opondo a um Estado palestino e prometeu desmilitarizar Gaza “do jeito fácil ou do jeito difícil”.
Até o momento, o Hamas se recusou a entregar as armas. Um grupo que reúne facções palestinas lideradas pelo Hamas divulgou um comunicado no final do domingo contra a resolução, classificando-a como um passo perigoso rumo à imposição de tutela estrangeira sobre o território e afirmando que a resolução proposta serve aos interesses de Israel.
Fonte: CNN Brasil





